capítulo 29

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Com a chegada da noite, muitas freiras já começavam a organizar os artefatos, guardando-os para poderem ir descansar. Apenas as barracas de comidas ficaram abertas para quando a missa acabasse e as pessoas pudessem ir comer.

Sam, Tee e Mon começavam a guardar os livros nas caixas distraidamente. Mon, por um momento, focou seus olhos em Sam. A garota havia ficado estranha o dia todo, mal falando com ela ou Tee. Suspirou baixinho, terminando sua caixa e fechando a mesma. Queria tentar puxar assunto com Sam, mas não estava afim de receber outra resposta curta, como se ela a respondesse por responder.

- Oi! Boa noite! - Tee soltou do nada. Mon e Sam olharam curiosas na direção da maior, vendo a mesma abaixada perto da barraca.

- Com quem você está falando? - Sam perguntou sem entender.

- Com esse doguinho. - Tee saiu da frente mostrando o cachorro caramelo. - É falta de respeito ver um doguinho passando e não o cumprimentar.

Os olhos de Sam brilharam e ela chegou perto para fazer carinho no cachorro de rua. O animal balançava o rabo e se remexia feliz com a atenção que estava recebendo.

- Você é muito lindinho. Sim, você é. - Sam falou com uma vozinha fofa que fez Mon sorrir observando a cena.

- Sam, a gente pode ficar com ele? - Tee pediu com um bico.

- Obviamente que não, né, Tee. - Sam respondeu e a amiga suspirou.

Mon já estava pronta para ir e brincar com o cachorro também, quando alguém se aproximou da barraca mais uma vez e ela notou ser o mesmo garoto de mais cedo, Samuel.

- Oi, Mon. Boa noite. - falou um pouco hesitante. O garoto agora estava com outra roupa, mais arrumado e até mesmo muito, muito perfumado. Mon torceu um pouco seu nariz, não gostando muito da fragrância forte.

Tee e Sam ergueram seu olhar na direção do rapaz. Na mesma hora, Sam rolou seus olhos e levantou-se, despedindo-se do cachorro. Não iria ficar ali mais uma vez ouvindo aquele macho flertando com Mon. Pegou uma das caixas já cheia com os livros e saiu de perto para ir guardá-la dentro do convento.

Tee olhava curiosa para o garoto e para a freira ali.

- Eu disse que viria, mas acho que me atrasei um pouco... - coçou a cabeça, parecendo desconcertado.

- É, já encerramos por hoje. - Mon respondeu sem muita emoção na voz.

Tee continuou ali em silêncio, terminando de recolher os livros, mas atenta a tudo.

- Acho que vou ter que voltar aqui amanhã então. Não que seja ruim... - sorriu fraco, e Mon deu um mínimo sorriso, arqueando as sobrancelhas.

Estava começando a duvidar que o interesse do garoto não era apenas nos livros ou em aprender.

- O que vai fazer agora? - Samuel soltou após alguns segundos.

- Bom, descansar. Amanhã teremos o dia cheio de novo. - Mon respondeu, passando a ajudar Tee.

- E se eu te convidar para tomar sorvete, você topa? - falou animadamente. Tee o olhou perplexa. Garoto ousado.

- Não prec...

- É só um sorvete. Uma simples recompensa pelo dia cheio que teve que passar aqui. - sorriu. - Não há problemas em um cara tomar sorvete com uma freira. Há? - arqueou as sobrancelhas com um olhar divertido.

Mon estava totalmente desconcertada. Não queria tomar sorvete com o garoto, por mais que o achasse gentil.

- Olha, Samuel. Agradeço de verdade, mas não acho isso certo. E estou realmente muito cansada. - Mon sorriu fraco. O garoto fez uma cara tristinha. - Agora, com licença, vou ir guardar essa caixa. Boa noite! - a freira disse, pegando a caixa que ela e Tee haviam enchido com livros e saiu o mais rápido que conseguiu dali.

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