capítulo 38

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Foi tudo muito rápido. Sam nem mesmo teve tempo de perguntar algo quando viu já estava com Jim dentro da igreja caminhando para perto do altar, a menor parecia nervosa além de seu estado agitado. Assim que ela parou, Sam se viu de frente ao grande confessionário de madeira ao qual já havia conhecido uma vez e tirado uma pequena soneca.

- Sam, entre aqui, rápido. - Jim disse sem rodeios olhando toda hora para a porta da igreja.

- O que? Pra que? - a morena perguntou com seu cenho franzido, olhando a menor como se ela estivesse dodói da cabeça.

- Mon está nervosa porque descobriu que sua mãe está no hospital e passará por uma cirurgia. Ela acha que a culpa é dela e decidiu que precisa se confessar com padre Ramiro, mas ela está louca, Sam, se fizer isso será pior principalmente se contar sobre a relação de vocês! Você precisa ficar aqui e ouvi-la. Enquanto isso estarei distraindo o padre antes que ele venha para cá. Ele costuma vim por esse horário. - Jim terminou quase sem fôlego e começou empurrar Sam para o cubículo de madeira.

- Jim... isso é perigoso, e se Mon me ver? - a voz de Sam saiu totalmente receosa, tinha medo do que a freira fizesse caso descobrisse que era ela ali ao ouvir suas confissões, e ainda estava desnorteada processando tudo que Jim havia acabado de lhe dizer.

- É so não dizer nada, apenas fique aqui em silêncio. Agora preciso ir antes que eu dê de cara com Mon ou o padre. - disse ao se afastar, Da. assentiu mesmo estando temerosa e incerta de tudo aquilo.

Enquanto Jim saia da igreja encontrou com Tee e logo a contou por
alto assim como havia feito com Sam, sobre o que acontecia, logo a loira a acompanhou para ajudá-la na missão de atrasar o padre.

Sam respirou fundo, encostando a cabeça na parede de madeira fitando o teto em total escuridão. Ao pensar nas palavras de Jim teve a mesma concordância da menor, se Mon se confessasse ao padre seria tudo muito pior para ela. Mon estava agindo de forma impulsiva por se sentir encurralada. Então apenas tentou controlar sua respiração, mesmo sentindo a adrenalina tomar conta de si. E no momento seguinte ouviu quando alguns pequenos passos ecoaram sobre o piso da igreja.

Não demorou muito para que Mon se aproximasse do confessionário e assim ocupar o lugar do outro lado. Por sorte as luzes ali na frente estavam apagadas então a freira não teria possibilidade de enxergar Sam. Assim que Mon se sentou dando um longo suspiro, a morena engoliu em seco preparando-se para o que viria.

- Olá padre, a paz de Cristo. - Mon murmurou apertando o terço entre as mãos. - Estou aqui para lhe confessar que pequei, e preciso urgentemente do perdão de Cristo. Sei que errei e me arrependo. E gostaria que estes males não caíssem sobre minha família ou sobre pessoas que gosto, se não a mim. - disse com sua voz ligeiramente falha.

Sam permanecia quieta ouvindo Mon, mesmo sentindo que mal respirava temendo a possibilidade de que ela a descobrisse ali.

- Eu sempre estive em caminhos corretos, padre, o senhor que me acompanha desde pequena sabe que sempre fui uma serva obediente. No entanto, caí em tentação nesses últimos dias e não matei minha carne, quero dizer, eu deveria ter lutado contra tudo isso. - a voz de Mon começou a ficar embargada e a mesma deu uma pausa respirando fundo antes de prosseguir. - Acabei saindo para lugares profanos e quebrei alguns de meus votos. Mas estou arrependida e queria o perdão do Senhor, acha que ele irá me perdoar? Mesmo sendo tão fraca? - a freira tinha a voz chorosa e esperava por uma resposta sincera e acalentadora.

Sam começou remexer-se nervosa em seu lugar, não podia falar nada ou seria descoberta. Mas ao passar tantos minutos em silêncio, Mon ergueu seu rosto sondando aonde ela estava, tentado ver de maneira melhor. Tomada por um impulso, Sam pigarreou fortemente, em seguida murmurando um pequeno "uhum" de forma que Mon não reconhecesse sua voz.

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