capítulo 26

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As freiras estavam mais agitadas que o normal aquele dia, tudo isso graças ao evento que se aproximava, tendo a duração de 3 dias. Mon se sentia animada e ansiosa como sempre. Achava que por conta do que queria teria feito no sábado, se sentiria péssima no dia anterior e depois no outro. Mas, na verdade, estava sendo tudo ao contrário. No domingo, seus pais compareceram à missa, e talvez apenas nesse momento, Mon tenha se sentido mal. Encarar seu pai sabendo do que tinha feito não era uma coisa muito pacífica.

Mon procurava manter uma linha mental de que não foi errado se divertir um pouco. Não fez mal a ninguém, e se tivesse feito, era apenas a si mesma. Com isso, encobriu todo e qualquer sentimento culposo. Também lidava com os sentimentos que nutria pela morena de olhos castanhos; nunca havia sentido aquilo por alguém e tinha receios de até onde tudo isso pudesse chegar.

Esses pensamentos a tomavam vez ou outra, mas Mon sempre tentava não se importar tanto. Não era como se Sam fosse ir embora de sua vida de uma hora para outra.

Concentrou-se em montar os arranjos de flores que fazia para a decoração da igreja e para os arcos onde enfeitariam os Santos. Estava nisso há um bom tempo, junto de Jim e Nita, que tinham mais experiência.

Enquanto isso, Sam e Tee cuidavam dos cartazes. A morena estava sentada em uma mesa com Tee, enfeitando um cartaz com várias canetas coloridas e colagens com glitter, para que ficassem bem chamativos.

- Sam, olha aqui. - Tee chamou sua atenção enquanto desenhava na cartolina branca com um canetão.

Sam observou o desenho, mas franziu o cenho quando viu o que a amiga havia feito. A cara da loira era de pura malícia, junto a um sorriso travesso.

- Um pau, Tee? Sério? - Sam negou com a cabeça, tentando fazer uma careta quando, na verdade, prendia uma risada.

- Espera, não acabei ainda. - Tee deu uma risadinha, continuando o desenho.

Logo, Tee transformou o desenho de pênis em uma caricatura de um senhor com óculos, narigão e bigode. A loira riu alto quando viu a cara que Sam fazia.

- Você é muito boboca, sabia? - Sam riu fraco, voltando a contornar as letras do cartaz que havia feito.

- E uma ótima desenhista, - apontou.

Jim, que estava auxiliando Mon e as outras freiras com as flores que levariam a Santa Maria numa pequena passeata, notou que as flores artificiais estavam acabando e resolveu recorrer às noviças.

- Ei, meninas, vocês poderiam ir até a sala da madre pegar mais caixas de flores? Por favor, não queria ter que parar aqui, - pediu amigável.

As garotas assentiram e rapidamente levantaram-se indo buscar as caixas. Por sorte, a madre não estava na sala no momento, o que já evitava cordialidades e toda uma conversa. Ao saírem da sala de Consuelo, voltando para o corredor, Tee viu quando uma freira abriu uma daquelas primeiras salas do lugar para pegar algo e avistou ali dentro uma televisão de tela grande, com um sofá e cadeiras dispostas.

- Sam, ei, olha ali, - a maior parou e apontou com a cabeça para a sala. Sam observou o lugar também, mas não entendeu o que Tee queria.

- O que tem? - a morena perguntou confusa.

- Podemos assistir alguma coisa ali depois. Será que tem Netflix? - perguntou com olhos brilhantes. Sam riu, revirando os olhos, e voltou a caminhar com a caixa em mãos.

- Obviamente que não, nem internet esse lugar tem.

- Sério?

- Certeza, - respondeu.

Voltaram para a sala e abriram as caixas, deixando as flores na mesa onde as garotas trabalhavam. Mon, ao fitar Sam, deu um sorrisinho meigo, e a morena retribuiu com um pequeno sorriso. Tee, notando aquilo, semicerrou seus olhos, negando brevemente.

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