capítulo 17

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Tudo envolta parecia apontar o dedo para Mon a julgando. Pecadora. Falha. Tola. Quase cometera o maior erro de sua vida. O que poderia acontecer depois daquilo? Morreria? Iria para o inferno?

Era tudo uma bomba em sua cabeça. Cada pensamento, uma explosão diferente.

No entanto, essas eram coisas que Mon enxergava seu pai apontando para ela, assim como a madre e padre Ramiro. No íntimo de Mon, ela não via isso de todo como algo ruim. Era o temor que a deixava pirada e a desencorajava de tudo.

Apertou o terço em suas mãos e fechou os olhos com mais força proferindo de sua reza. Estava a manhã toda ali ajoelhada rezando. Pedindo perdão. Ainda não havia conversado com Sam para lhe pedir desculpas. Desde o momento em que quase a beijara, passou a evitar a garota. Afinal, que culpa Sam tinha? A errada era Mon por querer experimentar coisas com ela. E também por estar tão fissurada na noviça.

Essa noite mesmo havia sonhado com Sam, um sonho bobo em que as duas estavam longe dali, num lugar calmo e tranquilo, abraçadas sentindo uma a outra. Só a breve lembrança fez com que Mon se desconcentrasse da reza e errasse todas as palavras.

Abriu seus olhos e engoliu a seco. Talvez fosse hora de parar, tomar coragem e ir se desculpar. Mon levantou-se buscando fôlego ao respirar fundo. Guardou seu terço e saiu a passos curtos da igreja. Cumprimentou uma das irmãs que entrava ali e seguiu pelos corredores em direção do quarto da garota que, ultimamente, fazia seu estômago esfriar cada vez que a via.

Aspirou do ar para seus pulmões mais uma vez e segurou na maçaneta da porta. Não iria bater, pois precisavam ter essa conversa em particular, no quarto. No corredor poderia ser muito perigoso, mesmo que no momento o mesmo estivesse vazio. Mon abriu a porta vagarosamente e ao entrar logo avistou Sam, deitada em sua cama de olhos fechados com a boca entreaberta.

Havia um fino lençol por cima de seu corpo e suas mãos estavam por debaixo do mesmo. Mon juntou suas sobrancelhas ao ouvir Sam soltar um gemido, em seguida morder seu lábio inferior com certa força. A freira ficou sem reação, não entendia o que a noviça estava fazendo, mas havia ficado presa na cena. Mon apenas continuou parada olhando, vendo Sam começar a remexer seu quadril. Suas pernas estavam claramente abertas e Mon pode perceber que uma das mãos da morena se encontrava exatamente no meio delas, tocando de maneira ritmada o lugar, já a outra estava sobre um de seus seios o apertando.

Mon então arregalou seus olhos tendo noção dos detalhes e deu um passo para trás fazendo certo barulho, Sam imediatamente abriu os olhos enxergando a freira ali de maneira assustada. Antes que fizesse ou falasse algo, Mon sentiu a porta ser empurrada, ao olhar para trás déu de cara com Tee.

- Mas o quê... - Tee deu uma breve olhada em Mon e em seguida encarou Sam que havia se sentando na cama com sua respiração evidentemente descompassada. - Sam, eu não acredito!

- Shh! Cala a boca. - Sam murmurou ranzinza e apertou o lençol contra seu corpo. - Fecha essa porta.

Tee soltou uma gargalhada alta logo fechando a porta com Mon, ela e Sam dentro do cômodo.

- Não acredito que tava siriricando essas horas. Sua safada! - Tee acusou, enquanto Sam tinha seu rosto vermelho e buscava vestir uma blusa para cobrir seus seios expostos.

Mon continuou parada próximo da porta atordoada e com sua respiração acelerada. Olhava de Tee para Sam, e a mesma parecia evitar encarar as duas ali. Mas o que diabos, Sam estava fazendo?

- Me poupe, Tee. Eu estava precisando ok. - Sam disse mal-humorada e remexeu-se por baixo do lençol vestindo a calcinha.

- Nos avisasse antes, você traumatizou a freira ali. - Tee dizia enquanto vasculhava algo dentro da cômoda, em sua gaveta.

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