JIMIN
Fiquei o máximo que podia, deixando a água escorrer pelo corpo. Queria me limpar, me tranquilizar de alguma forma. Mas o banho quente não me ajudou a relaxar como gostaria.
Não consigo pensar em nada que possa acalmar a dor dentro de mim. Ela parece infinita. Permanente.
Como um organismo que veio se alojar no meu corpo, mas também como um buraco que não para de crescer.
- Estou me sentindo péssimo por causa da parede. Até me ofereci para pagar, mas Mingyo recusou. - digo a Tae enquanto penteio o cabelo molhado.
- Não se preocupa com isso. Você já tem muito o que resolver. - Tae franze a testa e faz um carinho nas minhas costas com uma das mãos.
- Não consigo entender como a minha vida chegou a este ponto, como isso foi acontecer.
Continuo virado para a frente, evitando o olhar do meu melhor amigo.
- Três meses atrás, tudo fazia sentido. Eu estava com Rosé, que jamais faria uma coisa dessas. Estava bem com a minha mãe e tinha um rumo para a minha vida. E agora não tenho nada. Literalmente. Nem sei se deveria continuar o estágio na editora, porque Jungkook pode aparecer por lá, ou então convencer Kim Seokjin a me despedir só porque tem esse poder. - pego o travesseiro na cama e o aperto com todas as forças. - Ele não tinha nada a perder, mas eu sim. E deixei que ele tirasse tudo de mim. Minha vida antes dele era bem simples e definida. Agora... depois dele... é só... o depois.
Taehyung me encara com os olhos arregalados. - Jimin, você não pode desistir do estágio; ele já tirou coisas demais de você. Não deixe que ele roube isso também, por favor. - ele praticamente implora. - O lado positivo da sua vida depois dele é que você pode fazer o que quiser, começar tudo de novo.
Eu sei que ele está certo, mas não é tão simples assim. Tudo na minha vida está ligado a Jungkook agora, até a pintura da merda do meu carro.
De alguma forma, ele se transformou no pilar que sustenta o meu mundo e, sem ele, só o que me resta é o entulho daquilo que um dia foi a minha existência.
Quando enfim concordo com um aceno não muito convicto, Tae abre um sorriso desanimado e diz: - Vou deixar você descansar um pouco. - em seguida, me abraça e se levanta para sair.
- Você acha que algum dia vai passar? - pergunto, e ele se vira para mim.
- O quê?
Minha voz sai quase num sussurro: - A dor?
- Não sei... Mas prefiro pensar que vai. O tempo cura... quase todas as feridas. - responde ele e me oferece uma expressão reconfortante, que é ao mesmo tempo sorridente e séria.
Não sei se o tempo vai me curar ou não. Mas sei que, se isso não acontecer, não vou sobreviver.
Na manhã seguinte, firme, mas sempre muito educado, Taehyung me força a sair da cama, para ter certeza de que não vou faltar no estágio.
Escrevo um bilhete para Mingyo e Karen, agradecendo e me desculpando de novo pela rachadura que Jungkook deixou na parede.
Enquanto dirige, Tae me olha de relance e tenta me animar com sorrisos e pequenas frases de efeito. Mas ainda me sinto péssimo.
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After Depois da Verdade ( Jikook)
Fanfiction[ EM ANDAMENTO ] Como apagar da memória as noites apaixonadas em seus braços, ou a eletricidade de seu toque? Jungkook sabe que cometeu o pior erro de sua vida ao ter magoado Jimin tão profundamente. Ele não acha que merece tê-lo de volta, mas se re...