After Depois da Verdade ( Jikook)

Capítulo 39

JUNGKOOK

O tempo todo, fiquei pensando que era melhor a mãe de Jimin não bater nele de novo. Não tinha imaginado que ele fosse atacá-la desse jeito.

Seu rosto está vermelho, e as lágrimas escorrem pela minha mão.

Por que a mãe dele sempre tem que estragar tudo? Sua raiva é compreensível, por mais que eu a deteste. Eu realmente magoei Jimin. Mas não acho que acabei com a vida dele.

Ou acabei?

Não sei o que fazer. Olho para a minha mãe, pedindo ajuda — o olhar que ela me lança deixa claro o ódio que está sentindo de mim. Não queria que ela soubesse o que fiz com o Ji. Sabia que ia magoá-la, principalmente depois do que aconteceu antes.

Mas eu não sou a mesma pessoa de antes. A situação é totalmente diferente.

Sou apaixonado por Jimin.

Em meio a todo o caos que causei, encontrei o amor.

Jimin grita contra a minha mão e tenta me afastar, mas não tem força para isso. Sei que, se não segurá-lo, ou sua mãe vai dar um tapa nele e eu vou ter de intervir, ou Jimin vai dizer alguma coisa da qual vai se arrepender para o resto da vida.

— Acho melhor você ir embora. - digo para a mãe dele.

Jimin está tendo um ataque sob meus braços, chutando minhas canelas. É muito perturbador vê-lo com raiva — principalmente desse jeito descontrolado —, mas o meu lado mais egoísta está satisfeito que essa raiva não seja dirigida a mim dessa vez.

Em breve vai ser…

Sei que a mãe dele tem razão ao meu respeito: sou péssimo para ele. Não sou o homem que Jimin pensa que sou, mas sou apaixonado demais por ele para permitir que me abandone novamente. Acabei de conquistá-lo de volta, e não vou perdê-lo de novo. Só espero que ele me ouça, que escute a história inteira.

Mesmo assim, não sei se isso importa. Já estou vendo o que vai acontecer; de jeito nenhum ele vai ficar comigo depois de ouvir o que aconteceu.

Porra, por que a minha mãe tinha que abrir a boca?

Levo Jimin para o quarto. Enquanto caminhamos, ele se debate tanto que ficamos de frente para sua mãe de novo.

Com um último olhar de ódio, ele se joga para a frente, mas eu o seguro firme. Empurro-o para dentro do quarto, solto-o por um instante e bato a porta, trancando-a atrás de mim. Jimin volta seu olhar furioso para mim.

— Por que você está fazendo isso? Você…

— Porque você está dizendo coisas das quais sabe que vai se arrepender.

— Por que você fez isso? - grita ele. — Por que você me segurou? Eu tinha tanta coisa para dizer para aquela vaca, que eu nem… nem consigo… - Ele aperta as mãos contra o peito.

— Ei… ei… calma. - digo, tentando lembrar que ele está transferindo a raiva da mãe para mim; sei que está. Seguro seu rosto entre minhas mãos e aliso suavemente suas bochechas com os polegares, tendo o cuidado de manter contato visual até sua respiração ficar mais lenta. — Calma, lindo. - repito. A vermelhidão desaparece de suas bochechas, e ele concorda lentamente com a cabeça. — Vou pedir para ela ir embora, certo? - digo tão baixo que é quase um sussurro. Jimin balança a cabeça de novo e senta na cama.

— Não demora. - ele pede assim que eu saio do quarto.

Quando entro na sala, a mãe de Jimin está sozinha, andando de um lado para o outro. Ela me encara estreitando os olhos, como um gato selvagem identificando uma presa.