Capítulo 43

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JIMIN

Jungkook segura as minhas mãos por um segundo antes de me envolver em seus braços como se eu pudesse desaparecer se ele não me segurasse.

Ao dizer as palavras quero ficar, percebi como tudo isso é libertador. Já não preciso me preocupar que os segredos do passado de Jungkook voltem para nos assombrar. Não preciso temer que alguém despeje uma bomba em cima de mim. Sei de tudo. Finalmente decobri tudo o que ele vinha escondendo.

Não posso deixar de pensar na frase “Às vezes é melhor ficar na escuridão do que ser cegado pela luz”. Mas não acho que isso se aplique a mim agora. Estou perturbado pelas coisas que ele fez, mas, pelo amor que sentimos um pelo outro, escolhi não mais deixar seu passado nos afetar. Jungkook se afasta e senta na beirada da cama.

— O que você está pensando? Tem alguma pergunta? Quero tirar tudo a limpo. - Fico de pé entre suas pernas. Ele vira minhas mãos para cima e corre os dedos em movimentos pequenos pelas palmas, enquanto observa o meu rosto em busca de pistas sobre como estou me sentindo.

— Não… Eu queria saber o que aconteceu com Natalie… mas não tenho nenhuma pergunta.

— Não sou mais essa pessoa, você sabe disso, né? - Já disse a ele que sim, mas sei que ele precisa ouvir de novo.

— Eu sei. Sei de verdade, lindo. -
Seus olhos disparam na direção dos meus.

— Lindo? - Ele arqueia a sobrancelha.

— Não sei por que disse isso… - Fico vermelho. Nunca o chamava de outra coisa que não Jungkook, então é um pouco estranho chamá-lo de “lindo”, como ele faz comigo.

— Não… eu gostei. - Ele sorri.

— Senti falta do seu sorriso - digo, e seus dedos param de brincar com as minhas mãos.

— Eu também. - Jungkook franze a testa. — Não faço você sorrir o suficiente.

Quero dizer alguma coisa para apagar a dúvida de seu rosto, mas sem mentir. Ele precisa saber como me sinto.

— É verdade… a gente precisa melhorar nisso - digo.

Seus dedos voltam a se mover, desenhando pequenos corações nas palmas das minhas mãos.

— Não sei por que você me ama.

— Isso não interessa, o que importa é que eu te amo.

— A carta foi ridícula, não foi?

— Não! Quer parar de se menosprezar? Foi linda. Li três vezes seguidas. Fiquei muito feliz de ler que você pensava em mim… em nós. - Ele ergue o olhar, meio rindo, meio preocupado.

— Você sabia que eu te amava.

— Sabia… mas é bom saber as pequenas coisas, que você se lembra do que eu estava vestindo. Esse tipo de coisa. Você nunca diz esse tipo de coisa.

— Ah. - Ele parece envergonhado. Ainda é um pouco incômodo que Jungkook seja a pessoa mais vulnerável em nosso relacionamento. Esse papel sempre foi meu.

— Não precisa ficar com vergonha. - digo. Ele me envolve pela cintura e me coloca em seu colo.

— Não estou com vergonha. - mente. Aliso seu cabelo e passo o braço em volta de seu ombro.

— Acho que está. - desafio em um tom de voz suave, e ele ri, enterrando a cabeça em meu pescoço.

— Que véspera de Natal! Foi um dia bem cheio. - ele reclama, e não posso deixar de concordar.

After Depois da Verdade  ( Jikook)Onde histórias criam vida. Descubra agora