Capítulo 53

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JUNGKOOK

— Sério? Sério mesmo? — pergunto, erguendo as mãos de forma dramática.

Jimin abre a boca, mas as palavras não saem, e ele olha para o idiota do Hyunjin e de volta para mim.

Que merda, Jimin.

A raiva flui pelo meu corpo, e começo a imaginar várias maneiras de arrebentar esse cara.

— Obrigado pelo almoço, Jimin. Vejo você mais tarde — diz Hyunjin, com calma, antes de se retirar.

Quando olho para Sabrina, ela balança a cabeça em sinal de desaprovação antes de pegar uma pasta da mesa e nos deixar sozinhos. Jimin lança um olhar de súplica para a amiga, e eu quase dou risada.

— Foi só um almoço, Jungkook. — Ela se defende e sai andando para sua sala. — Posso almoçar com quem quiser. Então nem começa — avisa.

Assim que entramos, fecho a porta e passo a chave.

— Você sabe o que penso dele. — Eu me inclino contra a parede.

— Você precisa falar mais baixo. Aqui é o meu trabalho.

— Estágio — eu o corrijo.

— O quê? — Ele arregala os olhos.

— Você não é um funcionário de verdade, é só um estagiário. — digo.

— Então vai começar tudo de novo, é?

— Não, só estou citando fatos. — Sou um escroto: outro fato.

— Ah, é? — desafia ele. Cerro os dentes e encaro meu menino teimoso.

— O que você está fazendo aqui? — pergunta ele e senta em sua cadeira atrás da mesa.

— Vim levar você para almoçar, para não ter que sair na neve. — digo. — Mas parece que você sabe muito bem se virar com outros.

— Não foi nada de mais. A gente foi comer e voltou. Você precisa controlar esse ciúme.

— Não é ciúme. — Claro que é ciúme. E medo. Mas não vou admitir isso.

— Somos amigos, Jungkook. Para com isso e vem cá.

— Não — resmungo.

— Por favor? — ele pede, e eu reviro os olhos diante da minha falta de autocontrole enquanto caminho até ele. Jimin se apoia na mesa e me puxa para ficar de pé na frente dele. — Só quero você, Jungkook. Eu te amo e não quero ficar com mais ninguém. — Ele me olha com tanta intensidade que eu desvio o olhar. — É uma pena que não goste dele, mas você não pode me dizer de quem eu posso ser amigo.

Quando ele sorri para mim, tento manter a raiva, mas o sentimento lentamente começa a se dissipar. Caralho, ele é bom nisso.

— Não suporto aquele cara.

— Ele é inofensivo. De verdade. Além do mais, vai se mudar para Seattle em março.

Sinto o gelo correr em minhas veias, mas tento me manter neutro.

— Ah, é? — Claro que o idiota do Hyunjin vai se mudar para Seattle — o lugar em que Jimin quer morar. O lugar em que nunca vou morar.

Será que Jimin pensou em ir com ele? Não, ele não faria isso. Será?

Porra, não sei.

— É, então ele vai estar bem longe. Por favor, para de implicar com ele. — Ele aperta minhas mãos.

Olho para ele.  — Tá. Merda, tudo bem. Vou parar. — Suspiro. Não acredito que não vou fazer nada com o cara que tentou beijar Jimin.

— Obrigado. Eu te amo muito. — diz ele, os olhos azul-acinzentados fitando os meus.

— Ainda estou bravo com ele por tentar seduzir você. E com você por não me ouvir.

— Eu sei, agora fica quieto… — Jimin lambe o lábio inferior. — Posso te relaxar? — pergunta, com a voz trêmula.

O quê?

— Eu… Eu quero mostrar que amo só você. — Suas bochechas ficam profundamente vermelhas, e ele leva as mãos à minha cintura, ficando na ponta dos pés para me beijar.

Estou confuso, com raiva — e incrivelmente excitado. Jimin lambe o lábio inferior. Solto um gemido na mesma hora e o ponho sobre a mesa. Suas mãos trêmulas se atrapalham com o meu cinto de novo, mas dessa vez consegue abri-lo.

— Quero você, lindo — ele murmura contra o meu pescoço, envolvendo as pernas na minha cintura.

Solto um suspiro ao ouvir essas palavras saírem de seus lábios carnudos, e adoro seu impulso súbito de dominância, seu jeito de assumir o controle, baixando minha calça.

— Você não está querendo…? — pergunto, me referindo ao seu machucado. — É… não mesmo.

Ele fica vermelho e segura meu pau com a mão cheia. Solto ar entre os dentes, e ele sorri enquanto começa a mexer a mão bem devagar.

— Não me provoca. — Solto um gemido, e ele move a mão mais depressa, chupando meu pescoço. Se esse é o seu jeito de fazer as pazes comigo, espero que faça merda mais vezes. Contanto que não envolva outro cara.

Puxo seus cabelos, forçando sua cabeça para trás para olhar em seus olhos. — Quero te comer. —
Ele faz que não, e um sorriso tímido brinca em seus lábios.

— Sim.

— Não dá. — Ele olha para a porta.

— Já fizemos isso antes.

— Quero dizer… por causa do… você sabe.

— Não é tão ruim. — Dou de ombros. — E já deve ter melhorado a essa hora.

— Isso é… normal?

— É. Claro que é — afirmo, e seus olhos se arregalam. Apesar da timidez, suas pupilas estão dilatadas, me dizendo que ele também está louco para fazer isso. Sua mão continua se movendo lentamente, e eu abro suas pernas um pouco mais.

Jimin desce da mesa e eu puxo sua calça junto da cueca, afastando sua mão, coloco a camisinha. Ele se debruça nela, de costas para mim, empinando a bunda branquinha para mim.

É a coisa mais sexy que já vi na vida, apesar das circunstâncias.

After Depois da Verdade  ( Jikook)Onde histórias criam vida. Descubra agora