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CORDELIA MACKENZIE

Olho através da janela, o sol batendo contra meu rosto. Sorrio animada, o dia está perfeito para cavalgar. Apesar do sol, o clima está úmido e frio.

Ando até meu closet, pego uma calça legging mais grossa e a coloco sobre a cama, junto com uma camisa de manga longa e minhas botas próprias para montaria. Já estou pronta para me trocar quando a porta do meu quarto é aberta, passando por ela Maisa.

— Cordelia, o que está fazendo? Por que ainda não está pronta? — indaga, me fazendo pensar: Como assim pronta? Pronta para quê?

— Han, eu já ia me vestir — aceno para a cama, vendo a mulher seguir com os olhos.

— Cordelia, por Deus, esqueceu da festa? Se seu pai souber que ainda não está pronta... Ai, nem quero pensar. Vem, vou te ajudar.

— Mas eu queria montar — reclamo desgostosa fazendo um biquinho.

— Eu sei que sim, mas sabe como é seu pai agora vem. Vamos ser rápidas antes que o senhor Maxwel venha até aqui.

Assenti sorrindo, vendo Maisa seguir até o closet e voltar com os trajes. Revirei meus olhos diante daquele tanto de roupa.

Fico apenas com roupas íntimas. Maisa estendeu a camisa social branca, pego-a vestindo e abotoando na frente, logo vestindo a kilt preta com listras verdes. Sento-me na cama, colocando minhas meias brancas que vão até a altura dos joelhos. Maisa passa a gravata pelo meu pescoço, dando um nó, enquanto passo o cinto em minha cintura e pego o sporran, o colocando.

Passo meus braços vestindo o paletó preto por último. Maisa coloca a faixa entre meu ombro, caindo na cintura abaixo do meu braço, com o brasão da família. Calço meus sapatos, soltando um longo suspiro. Quanta roupa!

— Vamos? Maisa pergunta, estendendo a mão para mim. Sorrio, pegando em sua mão e caminhando até a porta.

— Ah, espera a boina. — Paro, pegando-a sobre o móvel. — Pronto, agora vamos.

Entrelaço meu braço no de Maisa, saindo do quarto. Passamos pelo corredor, descendo os degraus da escada. Avisto papai e meu irmão conversando com outro homem.

— Aí está minha princesinha — papai se gaba orgulhoso. Me solto de Maisa, abraçando meu pai, que beija o topo da minha cabeça.

— Maxwel, deveríamos casar sua garota com meu garoto — o velho diz, acenando para o homem ao seu lado, que me dá um sorrisinho. Deduzo ser seu filho.

— Minha princesinha já está noiva — papai me lembra da minha cruel realidade, bufo olhando meu irmão, que dá um meio sorriso.

— Pense bem, somos todos família aqui — o homem segue insistindo. Vejo papai levar o copo até a boca, bebendo um gole do seu uísque.

Olho ao redor, vendo que a festa acontece, sigo para fora, vendo ali o jardim repleto de pessoas esboçando seus típicos sorrisos falsos. Essa festa é em comemoração ao meu noivado com o don da máfia italiana, Lorenzo Barbieri.

Claro que esse matrimônio é indesejado por mim. Apesar de saber que esse sempre foi meu destino, fui criada para ser uma moeda de troca, a esposa perfeita. Odeio ter nascido dentro da máfia, servir como submissa apenas para gerar um herdeiro. Quero liberdade, uma vida normal, um casamento por amor.

Caminho para trás da casa querendo escapar de toda essa festividade. Como pode uma festa de noivado e o noivo não comparecer? Quanta tolice. Caminho pelo gramado vendo de longe os estábulos, contendo minha desesperada vontade de correr até lá. Caminho mais adiante, entrando na área de lazer que tem nos fundos. Ouço barulhos estranhos que chamam minha atenção. Sigo pelo som e me arrependo pela minha curiosidade, deixo um gritinho de surpresa sair pela minha boca diante da cena horripilante. Lindsay está com seu corpo apoiado na mesa, com sua calcinha abaixada e seu vestido erguido na altura da cintura, enquanto um homem está parado fazendo movimentos repetidos. Tento a visão da minha prima nua. Meu Deus, eles estão transando, que nojo.

Uma esposa para o mafioso: Livro 2 Série Máfia N'drangheta Onde histórias criam vida. Descubra agora