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CORDELIA BARBIERI

Me encontrava imensamente feliz; era como se toda dor que havia passado já não existisse. Contudo, não era bem assim. Quando fechava meus olhos, minha mente vagava para aquele terrível momento. No entanto, as palavras de Maísa nunca fizeram tanto sentido:

"A dor que não te mata te faz mais forte."

Tinha que ser forte por mim, pelo meu bebê e por Fellipp. Eu iria conseguir seguir em frente com o apoio da minha família.

Papai, Maísa e Cameron iriam embora amanhã, no mesmo dia em que Fellipp me levaria para a Toscana. A notícia da gravidez pegou todos de surpresa; contudo, todos ficaram imensamente felizes. Papai estava todo bobo com a chegada do neto(a).

— Ou pode ser uma menina! Já pensou? Uma mini cópia de Cordélia? —  Papai diz, babão. — Já podemos ir pensando em um casamento bem vantajoso para ela.

— Papai — eu o chamo em tom de reprovação — se meu bebê for menina, ela somente se casará por escolha própria — Maxwell bufa e a senhora Antonella tem um sorriso nos lábios, assim como meu marido, que parece orgulhoso.

— Ok, como você quiser — ele diz, negando com a cabeça, sabendo que meu pai sempre vai ter uma tara por casamentos arranjados.

Ao chegarmos em casa, subo com Maisa diretamente para o meu quarto. Estávamos na mansão dos Barbieri, compartilhando a notícia da gravidez, já que Amélia não podia sair. Ela também estava grávida e estava de repouso após passar por tanto estresse. Sempre admirei Amélia; ela é uma mulher incrível. Achei linda a decisão deles de adotar Kian.

— Olha pra você, está tão crescida — Maisa se vira para mim com carinho — estou muito orgulhosa da mulher que você se tornou, Cordelia — a essa altura, não conseguia conter as lágrimas.

— Eu te amo, senti tanto a sua falta — me jogo em seus braços como uma garotinha.

— A minha linda, eu também te amo. Você será uma ótima mãe, Cordelia — sorrio, e Maísa limpa minhas lágrimas. Me sentia novamente como a menina que morava na Escócia. Estar nos braços de Maísa me lembrava da minha antiga casa; era reconfortante.

***

Sentia o corpo de Maísa tremer sobre o meu e me sentia mal em ter que me despedir dela, de papai e Cameron. Contudo, eles tinham que voltar para a Escócia. Maísa desfaz nosso abraço, dando espaço para meu pai.

— Minha filha linda — ele coloca uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha — você é tão parecida com sua mãe. Sei que ela estaria orgulhosa de você, assim como eu estou. Sei que não fui o melhor pai de todos; contudo, nunca duvide do meu amor por você — me emociono com as palavras de papai. Senhor Maxwell nunca havia dito que estava orgulhoso de mim; essa é a primeira vez. Não consigo conter as lágrimas. Com a gravidez, ando muito sensível e tudo acaba em lágrimas. Abraço o corpo quentinho do meu pai, que deposita um beijo em minha testa, colocando a mão em minha barriga e fazendo ali um carinho.

— Maxwell, não se preocupe, Cordelia vai ficar bem. Ela faz parte da nossa família — olho para o senhor Marco, meu sogro, que declarou, e papai assentiu em resposta.

— Irmã, se cuida, e qualquer coisa que precisar é só me dizer. — Cameron deixa toda a pose de marrento ao declarar:

— Vocês estão se despedindo de mim como se nunca fôssemos nos ver. — Zombo, e eles gargalham. Assim como papai, Cameron deposita um beijo em minha testa, e os vejo indo em direção ao jatinho.

O jatinho da minha família parte, desaparecendo no céu. Nos despedimos dos restantes dos Barbieris, e eu estava pronta para passar um tempo na Toscana.

Uma esposa para o mafioso: Livro 2 Série Máfia N'drangheta Onde histórias criam vida. Descubra agora