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CORDELIA BARBIERI

Relutantemente, abro meus olhos, vendo os raios de sol adentrarem no ambiente. Preguiçosamente, coço meus olhos, bocejando, estico meus braços e me espreguiço, tendo meu momento de raciocínio até perceber que realmente acordei.

A contragosto, levanto, calçando minhas pantufas. Meu olhar se desvia do chão para a mesa ao lado da cama, onde há uma flor. Não uma simples flor, mas sim a minha preferida. Deslizo meus dedos sobre as pétalas brancas, deixando um pequeno sorriso escapar.

Ao lado de onde a flor estava, havia um bilhete escrito à mão. Pego-o, sabendo exatamente de quem se tratava.

"Flor |

Acho que consigo entender seu fascínio por essa pequena flor. Ela representa, coincidentemente, um pouco sobre você, simbolizando: inocência, juventude, virgindade, sensibilidade, pureza, paz, bondade e afeto."

"Margarida se tornou minha flor preferida. Espero que, ao olhá-la, você abra um dos seus maravilhosos sorrisos, que poucas vezes tenho o prestígio de ver, mas sempre aprecio às escondidas.”

Como uma boba, sem conseguir conter, abro um sorriso gigante. Meu coração tolo erra, abatido pelo gesto de Fellipp, suspiro, fechando meus olhos e tentando convencê-lo de que precisa de muito mais do que uma flor e um bilhete para conseguir me conquistar.

Quando a verdade era outra: somente com um bilhete e uma flor, Fellipp me derreteu.

Contudo, não podia abaixar minha guarda com Fellipp; ele teria que me mostrar mais do que isso.

Deixo a flor sobre o móvel, pegando somente o bilhete. O guardo, seguindo em direção ao banheiro.

Encontro Angela sentada em um dos bancos. Me aproximo e me sento ao seu lado, vendo o quanto ela está focada nos estudos.

— Amiga, tudo bem? — questiono, já sabendo que algo a incomoda.

— Sim — ela dá um meio sorriso — Sabe, coisas de família.

— Entendo. Família não é algo muito fácil de lidar — Com medo de parecer invasiva, não questiono sobre o assunto. Sigo com Angela até a sala, com meus pensamentos em Fellipp. Percebi que a visita do meu irmão o deixou tenso e desconfiava que havia algo além do que ele me contou.

Mas o que poderia ser?

Me considero uma pessoa muito curiosa e, às vezes, essa curiosidade só me leva a enrascadas.

E essa mesma curiosidade me levou a saber qual seria a proposta de Fellipp. Quando ele disse que tentaria me conquistar, primeiro achei que ele estivesse brincando.
Porém, não; ele falava com convicção.

Depois veio minha surpresa. Não levei muito a sério sua fala, tanto que não esperava sua surpresa esta manhã.

Saio dos meus pensamentos ouvindo Angela dizer algo, focada no celular.

— O que está vendo? — inclino o rosto para ver.

— Essa é a Emmeline, filha do juiz. Lembra? Ela postou algumas fotos da noite de ontem e você está entre os assuntos mais falados das redes sociais.

— Sério — fico surpresa — e o que dizem

— A maioria dos comentários são elogiando o quanto você estava linda ontem — Sorrio com sua fala, vendo Angela continuar a mexer no aparelho. Não sou ativa nas redes sociais; na verdade, não sei muito como mexer.

— Veja, alguém gravou quando Emmeline trombou com aquele homem...

— Pietro — falo, e ela assente.

Uma esposa para o mafioso: Livro 2 Série Máfia N'drangheta Onde histórias criam vida. Descubra agora