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CORDELIA BARBIERI

Sentia cada uma das minhas veias saltarem com a minha animação. Termino de escovar meu cabelo, dando uma última olhada no espelho, verificando se está tudo certo com a minha roupa.

Bato palminhas animada, saio do closet pegando minha bolsa no sofá. Minha ansiedade estava a mil, que de horas em horas verificava meu material para a faculdade. Chegando na cozinha, encontro Maria.

— Menina, bom dia! — cumprimenta carinhosamente.

— Bom dia! — Pego sobre o mármore a jarra com água, me servindo. Bebo tudo em gole, fazendo minha boca se encher e, devagar, vou engolindo a água.

— Calma, menina! — Maria diz em um tom preocupado — Vai se engasgar assim.

— Estou atrasada, Maria, preciso ir!

— Sem comer? — Ela franze o cenho.

— Não vai dar tempo! — Preste a sair da cozinha, ouço Maria dizer.

— Calma aí, mocinha! Leve pelo menos uma fruta — Ela aponta para a fruteira e pego uma maçã — Não esqueça de se alimentar, Cordelia.

— Tudo bem, Maria. Tchau — Sai apressada da cozinha, caminhando para fora de casa, desatenta, quando trombo em algo, ou melhor, em alguém.

— Opa, que pressa é essa? — Meu marido diz, e tenho vontade de socá-lo, já que ele simplesmente vinha me ignorando.

— Estou atrasada — Levemente, torço o lábio, fazendo uma careta.

— Entre no carro — Desvio o olhar, vendo somente um veículo.

— Você vai me levar? — Pergunto, não tendo resposta. Sigo em direção ao carro, pronta para abrir a porta.

— Na frente — Seguro minha mão no ato, dando a volta no veículo e entro no banco do passageiro.

Felipp, da partida, passamos em frente à mansão e, pelo retrovisor, consigo ver a fileira de carros fazendo a nossa segurança. Assim que saímos da propriedade, meu marido aumentou a velocidade, fazendo a curva em um ronco de motor. Disfarçadamente, puxo o cinto de segurança, e consigo ouvir um sorrisinho de Felipp.

Contudo, o que chama minha atenção é a agilidade de sua mão no volante e na marcha. Preciso engolir em seco ao apreciar suas veias saltantes; os músculos do seu braço se contraindo, me fazendo sentir uma ótima fisgadinha na minha intimidade.

Droga.

As mangas arregaçadas da sua camisa me dão uma ótima visão das suas tatuagens.

Merda, por que aquilo era extremamente excitante?

Era só meu marido dirigindo um carro; não tinha nada demais, certo?

Mentira.

O jeito descontraído de Felipe ao dirigir, ou a forma como seu dedo bate sobre o volante, ou quando ele faz uma curva fechada somente com uma mão, me faz ter pensamentos impróprios, até mesmo na delicada pulseira prata que abriga seu braço.

Cruzo as pernas quando sinto algo molhado atinar minha calcinha. Limpo a garganta, levando a maçã até a boca, tentando manter meus pensamentos sujos distantes e a compostura.

Como vou manter a compostura se seguro para não esfregar minhas pernas em busca do delicioso contato?

Merda, por que eu tenho que sentir essas coisas? É agoniante e doloroso.

E pior ainda, somente Felipp poderia resolver meu problema.

Será que não tinha outro jeito, um que eu mesmo poderia fazer sem sua ajuda?

Uma esposa para o mafioso: Livro 2 Série Máfia N'drangheta Onde histórias criam vida. Descubra agora