CORDELIA BARBIERI
1 semana depois
— Então, você vai, não é? —- pergunto animada, vendo os olhos de jabuticaba de Angela.
— Hum, acho que não — Angela se nega, balançando a cabeça.
— Como não?
— Você sabe, eu não tenho roupa pra esse tipo de evento, sem contar que preciso estudar. Não posso estar com a média baixa — ela encolhe os ombros, envergonhada.
— Quanto à roupa, não se preocupe, eu te empresto. Só quero ter minha amiga lá — falo sincera e com carinho. Angela e eu nos aproximamos muito, nascendo uma amizade — E outra, você estuda muito. Angela, precisa distrair um pouco a cabeça — Angela estuda mais do que o necessário, com medo de perder a bolsa. Por um lado, eu entendo; se trata do seu futuro, da sua profissão dos sonhos.
— Eu não sei, Cordelia. Nunca fui a um evento desses — se reluta, pensativa.
— Vai comigo, por favorzinho? — peço, juntando as mãos e fazendo uma voz fina, e Angela balança a cabeça com um sorriso nos lábios.
— Não vale fazer essa voizinha pra me convencer! — ela faz uma careta.
— E consegui? — ergo uma sobrancelha.
— Sabe que sim! — bato palminhas, comemorando minha vitória por conseguir convencê-la — Eu vou com você nesta festa.
— Ótimo! Daqui a gente vai pra minha casa se arrumar! — digo, animada com a ideia de levar uma amiga até minha casa.
— Mas... seu marido não vai achar ruim? — Angela pergunta, com receio ao citar Felipp.
E quem não ficaria, já que ele ameaçou todos desta faculdade?
— Não, e se ficar, eu lido com ele. Você é minha convidada.
Consegui convencer Angela, que estava relutante. Voltei minha atenção à aula, porém, a todo momento, Felipp surgia em meus pensamentos. Se passou uma semana desde a minha frustração.
Caramba, isso que dá ser curiosa e querer ir com muita sede ao pote. Depois daquele dia, sequer cogitei usar novamente lubrificante. Sou mesmo uma azarada. Não senti vergonha por estar tão exposta ao Fellipp; na verdade, acho que nunca senti vergonha de estar nua na sua presença. Isso nunca foi um problema.
As coisas entre nós estavam, mas... leves. Fellipp não me ignorava e muito menos chegava tarde em casa. Ele até tentava algum diálogo, e o que mais me surpreendeu foi seu cuidado. Estranhava todo o cuidado que ele vinha tendo comigo, com direito a receber café da manhã na cama.
Fellipp fez tanto alarde com o assunto do lubrificante e minha condição. Na cabeça dele, eu estava doente e de cama. Não preciso nem dizer a raiva que ele sentia pela Cícila; contudo, sentia que ele não faria nada de mal contra a loira.
Meu marido estava mostrando um lado dele que eu não conhecia: carinhoso, mas preocupado. Às vezes, ele falava com um certo arrependimento; porém, eu não podia acreditar tão facilmente. Fellipp era bipolar: uma hora me ignorava e me tratava mal, e na outra ficava preocupado e carinhoso.
Então, uma parte minha tinha receio de confiar e abaixar totalmente minha guarda.
Se Fellipp realmente tivesse se arrependido e sua mudança fosse verdadeira, ele teria que me mostrar com atos.
Dona Antonella até brincou em uma das suas visitas à nossa casa e disse que nunca havia visto o filho tão caseiro.
Angela olhava tudo deslumbrada. Não julgo; a propriedade dos Barbieri era a coisa mais linda e luxuosa que já vi. Havia várias casas, e algumas estavam até desocupadas. Tinha também muitos jardins e arbustos de flores, sem contar a plantação de cerejeiras e macieiras.
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Uma esposa para o mafioso: Livro 2 Série Máfia N'drangheta
RomanceCordelia Mackenzie é uma garota ensinada somente para um propósito: ser uma esposa perfeita. Cordelia sempre soube de seu destino, só não imaginava que chegaria tão rápido. Com 19 anos, Cordelia tem que se casar com um membro da família Barbieri par...