FELLIPP BARBIERI
Acordo com o som irritante do meu celular. Pego-o e vejo uma ligação do meu irmão Lorenzo. Não ligaria se não fosse muito importante. Atendo e, imediatamente, pulo da cama, já que ele sequer deu tempo de reação. Desligo a chamada, percorrendo com o olhar a cama onde minha ruiva dorme tranquila. Cordélia havia dormido na biblioteca; ela sempre faz isso quando está brava comigo. No meio da noite, a trouxe para nossa cama depois da nossa breve discussão. Não conversamos, e isso estava me atormentando. Queria explicar e confortá-la; porém, ela não queria uma aproximação, e eu respeito isso.
Saio de casa às pressas, indo em direção à mansão onde Pietro, Enrico e Lorenzo me aguardam. Chegando em casa, vou direto para a sala de jantar, os encontrando. Não é preciso ser um gênio para saber do que se tratava o assunto. A ligação de Lorenzo e seu nervosismo confirmavam os rumores que vinham circulando por toda a Itália.
— Ivan está na Itália — Pietro confirma, e olho para meu irmão que tenta conter a raiva.
— Merda — Lorenzo sussurra — MERDA!! — Descontrolado, ele bate contra a mesa e um silêncio paira no ambiente. Respeitamos o momento do Don, já que Ivan é nosso inimigo declarado, Don da máfia russa, e agora invadiu nosso território, sem contar que foi Ivan quem provocou o acidente em que Catarina, mãe de Breno, morreu.
— Lorenzo, não se altere assim não pensará com clareza — Pietro aconselha, e meu irmão parece pensativo.
— Como ele conseguiu entrar neste país? — Lorenzo pergunta, finalmente.
— Acho que ele tem um informante e nós, um traidor — indago, fazendo eles assentirem.
— Agora é guerra declarada! Ele invadiu nosso território. Vamos comunicar o conselho. Quero todos os soldados atentos e a segurança da mansão redobrada — Lorenzo passa as ordens, e fico pensativo. Tenho que mandar redobrar a segurança de Cordelia na faculdade. Ivan é capaz de tudo para prejudicar a 'Ndrangheta.
Saí dos meus pensamentos vendo Amélia descer as escadas, dando um beijo em Lorenzo. Minha cunhada não havia percebido que tinha interrompido uma reunião. Observo meu irmão mentir para Amélia, dizendo que está tudo bem; contudo, ela percebeu que não estava.
— Bom dia, meninos — Amélia nos cumprimenta, sentando-se para tomar café da manhã.
— Bom dia — Pietro responde, sério.
— Ela sabe que não somos meninos, né? E sim homens — Enrico questiona, zombeteiro, e eu sorrio.
— É, ela sabe — falo. Após o café da manhã, fomos até a casa dos meus pais. Papai ficou frustrado assim que soube que Ivan invadiu nosso território, o que levanta a suspeita de um traidor. Cogitamos em avisar o Don da Cosa Nostra, outra máfia que comanda a Itália, mas especificamente a Sicília. Sempre tivemos uma trégua com a Cosa Nostra; não era necessariamente uma aliança, mas vivíamos pacificamente. Eles não cruzavam nosso território e nem nós os deles.
Entramos na mansão discutindo se Romeu Galaretto iria nos ouvir, Romeu e o don da máfia siciliana.
— Irei só conversar com minha noiva e... — meu irmão é interrompido quando um celular toca, chamando nossa atenção.
— Está vindo desta bolsa — aponto para a bolsa sobre a mesa, e Lorenzo parece reconhecer. Meu irmão a abre, pegando um celular descartável.
— Quem fala? — Lorenzo pergunta, depois de atender. Troco um olhar com Enrico e Pietro, vendo a mudança de humor do meu irmão. Lorenzo parece discutir e rapidamente entendo de quem se tratava.
Ivan.
Contudo, minha mente perguntava por que teria um celular descartável dentro desta bolsa, que claramente parece ser de Amélia, minha cunhada. Lorenzo arremessa o celular contra a parede com ódio e sangue nos olhos.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Uma esposa para o mafioso: Livro 2 Série Máfia N'drangheta
RomanceCordelia Mackenzie é uma garota ensinada somente para um propósito: ser uma esposa perfeita. Cordelia sempre soube de seu destino, só não imaginava que chegaria tão rápido. Com 19 anos, Cordelia tem que se casar com um membro da família Barbieri par...