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CORDELIA BARBIERI

Fellipp me estende a mão, aceito um pouco assustada pela movimentação das pessoas. Saio do carro e pisco o olho para me acostumar com a enxurrada de flashes na nossa direção. Aperto a mão do meu marido quando vários fotógrafos se aproximam. Fellipp solta minhas mãos, ficando lado a lado comigo, com as mãos em minha cintura.

Saímos do tapete vermelho, entrando no salão. Me surpreendo com a quantidade de pessoas ali presentes, entre elas várias mulheres com vestidos elegantes e homens com o típico terno sofisticado. Chamamos a atenção das pessoas e continuo com meu olhar erguido, sem demonstrar fraqueza.

— Não se afaste dos meus olhos hoje — meu marido sussurra, e assenti. Fellipp me conduz até uma roda de pessoas, entre elas Lorenzo e Amélia, que faz companhia para minha amiga.

— Irmão, olha pra você, todo apresentável, sem chinelos — Lorenzo zomba, e Fellipp bufa, revirando os olhos.

— Vai a merda — manda, e os demais gargalham, exceto o tal Dante, o cara dá medo só de olhar.

— Fellipp virou assunto do momento, o subchefe da N'drangheta aparecendo na boate de chinelos — Enrico dispara: — Você já teve fases melhores, meu amigo.

— Vão se foder, dá para mudarmos de assunto — Fellipp indaga com cara feia.

— Amiga, você tá linda! — Amélia diz, se aproximando com Angela. A primeira-dama vestia um lindo vestido vermelho, dando a ela a atenção que merecia.

— Eu digo o mesmo, você tá maravilhosa! — Abraço seu corpo.

— Dante praticamente jogou Angela no meio desta multidão de pessoas — Amélia diz e olho para Angela, que encolhe os ombros, tímida.

— Ele te fez algo, amiga? — Toco seu ombro, vendo a morena negar rapidamente.

— Não, ele não fez nada. Na verdade, o homem sequer me olhou.

— Não liga, Dante é assim com todos. Até comigo ele já foi grosso — Amélia diz e ficamos conversando. Um garçom passou servindo champanhe e não pensei duas vezes antes de pegar. Amélia ficou no suco, já que a primeira-dama não bebe.

— Finalmente encontrei vocês! — Ouço uma voz que conheço muito bem. Nos três, viramos o pescoço vendo Cicila caminhar na nossa direção, com uma taça na mão. A loira puxa Amélia para um abraço e, logo em seguida, foi a minha vez.

— Uau, garota, você está muito linda e gostosa! — Cicila diz, fitando meu corpo minuciosamente, não escondendo seu olhar malicioso.

— Assim você me deixa envergonhada! — Cicila parece uma daquelas modelos de revista, seu corpo alto e magro com curvas delicadas. Ela vestia um vestido tomara que caia azul e só agora percebo que nós quatro vestimos um tomara que caia.

— E quem é essa perfeição? — A loira agora fita Angela, que cora tímida.

— Cicila, essa é Angela, minha amiga da faculdade — Apresento, e Cicila, animada, puxa minha amiga para um abraço.

Meus olhos observam a figura masculina do meu marido vindo em nossa direção. Fellipp olha feio para Cicila, que sorri com a cara mais sem vergonha do mundo.

— Fica longe da loira abusada! — Ele diz, implicante para a loira.

— Você está se referindo a mim? — Cicila provoca.

— E de quem mais seria? — Fellipp ergue uma sobrancelha.

— Por que você está bravinho, Fellipp? Só fiz o que você não soube fazer — sem medo e provocadora, Cicila indaga, fazendo Fellipp rosnar, apertando o punho e dando um passo para atacar a loira. Seguro seu pulso, impedindo-o de ir até a mulher quando ouço Amélia chamar a atenção da loira.

Uma esposa para o mafioso: Livro 2 Série Máfia N'drangheta Onde histórias criam vida. Descubra agora