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CORDELIA BARBIERI

Frederica subiu com Breno e dava para ver como ele chorava e pedia insistentemente por Amélia. O menino estava tão assustado, e não era para menos; todos fomos pegos de surpresa. Erguer meu olhar, ouvindo passos se aproximarem, dona Antonella se lamenta pelo acontecido, enquanto seu marido tentava consolá-la.

— Irei levar Cordelia para casa e voltarei — meu marido declarou.

— Querida, vá e descanse — dona Antonella diz, com os olhos vermelhos e marejados.

— Sinto muito pelo que aconteceu com a Amélia. Espero que ela fique bem.

— Ela vai, querida — me despeço dos demais e sai da mansão, entrando no carro que dá partida rumo a onde há outras casas. Constato que minha nova casa é uma dessas, e meu pensamento parece estar certo, já que o carro logo para em frente a uma casa.

Diferente da mansão, essa casa tem um toque mais moderno e elegante. A fachada é maravilhosa, com um pequeno jardim entre os degraus da escada. Observo tudo maravilhada, sem conseguir esconder minha surpresa.

— Essa será sua casa a partir de agora — ouço a voz do meu marido falar atrás de mim, e não me viro; continuo apreciando a vista. Sigo ao lado de Fellipp, chegando até a imensa porta de madeira. Meu marido acessa o sistema de biometria na maçaneta que dá acesso à casa.

— Minha mãe, junto à tia Lúcia e Amélia, decorou a casa. Espero que esteja do seu agrado; caso contrário, fique à vontade para fazer novas mudanças — diz, levando a mão para coçar a cabeça. Passamos pela porta principal, já dando de cara com uma imensa sala de estar com vista para o mar. Podia ver perfeitamente através da grande parede de vidro. Na sala, havia um sofá enorme de três partes, com uma mesinha de centro no meio, de frente para o sofá, e um painel que abriga uma imensa TV. Essa é a vista dos sonhos! Me imagino sentada nesse sofá assistindo TV, e basta somente virar o rosto de lado para ver a visão perfeita do grande mar azul.

— Aqui é a sala — ele faz uma breve apresentação, e o sigo conforme ele anda pela casa. — Essa escada dá acesso a outros cômodos: quartos, closet, escritório — ele acena para a escada, e observo tudo atentamente. Me custa a acreditar que essa casa agora é meu novo lar.

— E aqui é a cozinha — entramos no cômodo e já consigo ver a ilha com algumas banquetas ao redor. A cerâmica da cozinha era toda preta com cinza e alguns detalhes brancos. Há dois lustres gigantes, armários embutidos sobre a parede e, assim como a sala, tinha a vista para o mar. A casa não era tão grande quanto a mansão principal; contudo, tinha um tamanho formidável. Era aconchegante e perfeita para um casal recém-casado... Perfeita para mim.

— A sala de jantar fica logo ali — ele apontou e consigo ver as cadeiras. — Naquela portinha, creio que seja a despensa, onde ficam as comidas e essas coisas. E não se preocupe, vamos arrumar alguém que cuide da casa e cozinhe. Assenti, balançando a cabeça e tocando na mármore fria da ilha.

— É lindo! — Falo encantada com tudo. Nunca imaginei que ficaria tão emotiva vendo minha casa. É uma sensação boa saber que essas paredes, a partir de hoje, vão ter uma história, mesmo que meu casamento não seja por amor.

— Que bom que gostou! Agora vou mostrar seu quarto e depois vou voltar para a mansão. Fique à vontade para andar pela casa.

Sigo Fellipp pela escada. Entramos em um corredor e paro quando seus passos cessam em frente a uma porta. Fellipp segura na maçaneta, tentando abri-la; porém, foi em vão. A porta parece estar trancada.

— Trancada! — Ele diz para si mesmo, tentando novamente abrir a porta.

— Algum problema? — pergunto, e ele vira o pescoço, me olhando.

Uma esposa para o mafioso: Livro 2 Série Máfia N'drangheta Onde histórias criam vida. Descubra agora