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FELLIPP BARBIERI

Bebo mais um copo de uísque, me contendo ao máximo para não ir na área VIP e levar minha mulher. Cordélia estava me punindo com sua rejeição, com seu silêncio e com suas vontades e caprichos. Ela sabia que eu cederia. Estou passando por cima de todos os meus limites para fazer suas vontades.

Uma prova disso: arrastei todos para cá somente para ficar perto dela e me certificar de que nenhum homem a tocaria. Estava mais tranquilo em saber que ela estava na área VIP, onde ninguém a veria.

Cordélia estava me testando de todas as formas. Nunca vi minha mulher tão ousada. Enquanto estava nessa semana, era impossível não olhá-la.

— Agora é oficial: Fellipp ganhou de você, Lorenzo. Ele está todo cadelinha da esposa — Enrico zomba, e Bufo, sentado no sofá — não acredito que você interrompeu minha transa para ficarmos de vigia — ele resmunga, insatisfeito, e Pietro dá um meio sorriso debochado.

— Aquela loira abusada está aqui, não posso vacilar — indago, enciumado, e eles gargalham.

— Ela é a tirada em — Enrico diz, indo em direção à vidraça que dá visão da área principal da boate — e uma tremenda gostosa. 

— Se você acha, eu só tenho olhos para minha ruiva. 

— Porra! — Enrico exclama, e dou o último gole no uísque. Lorenzo está quieto, checando algo no computador, e Pietro, fumando, sentado em uma poltrona. — CARALHO! — Enrico berra, chamando nossa atenção. 

— Fala, porra! — Brando já impaciente. 

— Vocês não vão acreditar nisso! — Bufo, deixando o copo sobre a mesinha. — Venham ver por si próprios. 

— Fala logo, não estou com paciência para besteiras! — Digo, vendo Pietro se levantar e parar ao lado de Enrico. 

— Acho melhor vir ver, já que é referente à mulher de vocês. — Profere, debochado, sem tirar os olhos do vidro, e imediatamente me levanto, sendo acompanhado por Lorenzo. 

— Minha mulher!? — Questiono, torcendo para que não seja o que estou pensando.

Ao me aproximar do vidro, fico sem reação por um momento. Cordelia dança sensualmente junto às amigas. A maneira com que ela remexe seu corpo atinge imediatamente meu pau dentro da cueca, assim como minha raiva.

Cicila esfrega seu corpo em um tipo de dança maluca ao corpo da minha ruiva.

— Porra — xingo, passando por eles.

— Dá pra ver a calcinha da loira daqui — ouço Enrico dizer.

— Aquela pequena vai se ver comigo — diz Lorenzo, enquanto abro a porta e dou de cara com Dante, nosso soldado de extrema confiança.

Meu irmão e eu passamos por Dante como dois furacões, indo em direção às nossas garotas. No caminho, aperto meu punho, contendo minha raiva, mas só de olhar para Cordelia com aquele pedaço de pano, sinto minhas veias esquentarem de raiva. Por sorte, ela ainda estava usando meu paletó por cima; se não, estaria mostrando mais do que a calcinha.

Aproximamo-nos da pista de dança, e as meninas sequer percebem. Limpo a garganta na tentativa de chamar sua atenção; porém, é em vão. Cordelia continua dançando.

— CORDELIA BARBIERI — berra, chamando sua atenção, e a ruiva me olha com a cara mais lavada.

— AMÉLIA BARBIERI — Lorenzo grita ao meu lado.

— Ferrou, amiga — minha cunhada sussurra para minha mulher, que tenta conter o sorriso.

— Pode ter certeza que sim, minha pequena — meu irmão caminha até a esposa, puxando-a pelo braço.

Uma esposa para o mafioso: Livro 2 Série Máfia N'drangheta Onde histórias criam vida. Descubra agora