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CORDELIA BARBIERI

Sabia que Fellipp havia mentido para mim quando disse que estava indo para a sede. Soube assim que Lorenzo perguntou o paradeiro do irmão; a cara de confusão do Don ao ouvir-me dizer que o irmão estava na sede se confirmou, e ali soube que meu marido havia mentido.

Fellipp não estava na sede e me perguntava onde ele estaria. Estava com raiva pela sua mentira e ficava ainda mais irritada que, a essa altura, ele mentisse e escondesse as coisas de mim.

Contudo, passei o resto do dia preocupada com ele, assim como Dona Antonella, que estava aflita. Seus dois filhos saíram para um confronto com outra máfia e não sabíamos como isso iria acabar, sem contar que o pequeno Breno estava em um estado inconsolável, pedindo pela mãe.

Todos estávamos preocupados com Amélia e, neste meio caos, me sentia mal por pensar que meu casamento estava acabado e que não faria parte dessa incrível família. Apesar de tudo, meu tolo coração insistia em se agitar na presença de Fellipp. Senti alívio assim que meu marido entrou na sala com vida.

Contudo, ao seguir em direção à sala e ver a poça de sangue pingando de seu braço, me desesperei; meu coração se agitou de medo.

— Fellipp — sem me importar com a presença dos demais, gritei, fazendo Fellipp me olhar assustado. Ele estava pronto para vir em minha direção. O senhor Marco, que estava com os braços cruzados, se preparou para pegar algo semelhante a uma arma. Com meu grito repentino, os assustei e, com toda essa história de traidor dentro da mansão, os deixava em alerta. — Está sangrando.

Me aproximo vendo Lorenzo rasgar a camisa do irmão em um puxão e observo a bala alojada um pouco abaixo de seu ombro

— irmão quando foi isso?

— na Rússia.

— porra fellipp e vc não fala nada — lorenzo esbranveja para o irmão

— Você perdeu muito sangue — digo segurando seu braço vendo que pela ferida ele havia levado o tiro à horas — precisa urgentemente de um hospital

— foi isso que eu disse mas esse cabeca dura aí existiu em vê-la — ouço a voz de Enrico dizer e ergu o olhar ao meu marido fellipp da um meio sorriso e percebo a fina camada de suor escorrer por sua testa

Dona antonela entra desesperada ao presenciar o estado do filho e a quantidade de sangue

— mãe calma é só um tiro no braço — fellipp fala como se isso não fosse nada contudo percebo seu sussurro

— como pode me pedir calma vamos agora pro hospital — minha sogra indaga incrédula

Seguimos para o hospital com urgência. Sou nova na medicina, contudo, não precisa ser uma especialista para saber que meu marido havia perdido muito sangue e que isso podia ser prejudicial. Não saí do seu lado durante o caminho. Ele não queria demonstrar, mas estava piorando; seu rosto estava abatido e suado, seus lábios perdendo a cor. Presenciar aquilo aumentava meu medo; minhas mãos tremiam e meu coração se apertava com medo do pior acontecer. E ali, pude ter a certeza de que era difícil admitir: não poderia perder Fellipp.

Não suportaria. Apesar de tudo, meu coração se apertava dolorosamente por ele.

Fellipp aperta minha mão sem força.

— Cordelia — sussurra meu nome com dificuldade — eu... te amo. — Tento segurar as lágrimas; suas palavras soaram como uma despedida.

— Por favor... não... me deixe.

— Eu não vou — Fellipp, olha em meus olhos e uma lágrima desliza — sempre vou estar com você — Fellipp fica em alguns segundos em silêncio, como se buscasse forças para prosseguir — o filho de Lindsay não é meu — confirma com certeza.

Uma esposa para o mafioso: Livro 2 Série Máfia N'drangheta Onde histórias criam vida. Descubra agora