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FELLIPP BARBIERI

mesmo com a proibição do meu irmão. Célia, com a ajuda de outra mulher, tentou matar Amélia e usou sua alergia aos frutos do mar como arma. Célia já estava na sede da máfia à espera de Lorenzo. Tudo o que me restava agora era esperar meu Don. Já havia investigado o que ele tinha me pedido.

Minha família já estava um pouco tranquila. Amélia foi medicada a tempo de algo mais sério acontecer. Nunca vi meu irmão tão desesperado e agoniado, sem falar no sofrimento do meu sobrinho. Era lamentável seu estado. Breno vê Amélia como uma figura materna, e Lorenzo, sem nem perceber, se apaixonou. Porém, conhecendo meu irmão como conheço, ele ainda não vai admitir seus sentimentos.

Não o julgo; não sei o que faria no lugar dele.

Não sei como é estar apaixonado ou como reagir a isso.

Me aproximo da sala de jantar sentindo o cheiro de café. Avisto minha mãe junto ao meu pai, sentados à mesa. Entro e puxo a cadeira onde me sento, cumprimento os dois e mamãe me olhou feio. Sei que hoje escutarei horrores de Dona Antonella.

— Notícias da Amélia? — questiono e encho a xícara com café.

— Eles já estão em casa. Apesar do susto, Amélia está melhorando — mamãe diz e eu assinto.  — Só não entendo como alguém que a gente confiava foi fazer isso. Célia sabia perfeitamente sobre a alergia de Amélia.

— Pra senhora ver que não podemos nem confiar nos empregados — digo, e papai concorda.

— E nem nos filhos, pelo visto — mamãe diz em uma indireta bem direta para mim.

Desvio o olhar e vejo que papai reprime um sorriso.

— Mãe, até quando vai ficar assim?

— Até quando eu vou superar o fato de que meu filho transou e levou a prima da sua esposa com ele para a lua de mel—  Ela diz, brava, e eu torço o lábio ouvindo sua voz pronunciar a palavra "transar" — Não foi esse o respeito que te demos, Fellipp, e espero profundamente que não tenha feito nada com aquela garota, Fellipp, ou eu juro por Deus que esqueço que você é meu filho. 

Engulo em seco e minha mente se preenche com o choro doloroso de Cordelia quando o tiro ecoou, e a última coisa que se ouviu foi aquele relinchar do cavalo. Merda, se mamãe souber, é capaz de me matar. 

— Conseguiu o que pedi? — Pergunto, e mamãe se levanta e volta com uma sacola média. Ela me entrega e eu tiro o celular que mandei comprar para Cordelia e guardo o aparelho de volta.

— Matriculei Cordelia na faculdade, como me pediu — Proferi, levando a xícara até a boca, —  E, na verdade, acho que foi uma ideia muito boa da sua parte. Irei acompanhá-la às compras para comprar tudo que ela precisar — Assinto, sabendo que Cordelia irá precisar de todo o material para a faculdade.

— Aliás, a porta do quarto de Cordelia está trancada; preciso da chave — Lembro-me de um fator importante: cedi meu quarto para Cordelia porque não iria passar a noite em casa.

— Preparei um quarto só para vocês dois — A fala de mamãe chama minha atenção, e eu olho surpreso.

— E por que preparou só um? — Questiono, incrédulo, sem entender o jogo de Dona Antonella.

— Do mesmo jeito que você teve a audácia para fazer o que fez com aquela pobre garota. — Dona Antonella levanta uma sobrancelha, me desafiando.

— Não vou dormir com Cordelia — Já não bastava dormir com aquela mulher na lua de mel; sem contar que não posso controlar meu pau, e dormir na mesma cama que Cordelia não é uma boa ideia.

Uma esposa para o mafioso: Livro 2 Série Máfia N'drangheta Onde histórias criam vida. Descubra agora