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FELLIPP BARBIERI

Breno estava em casa em segurança, graças a Amélia, que se entregou para salvar a vida do meu sobrinho. Isso é uma prova de que ela nunca faria nada contra Breno. Amélia sempre demonstrou seu carinho por ele, assim como ele por ela, já que foi Breno quem trouxe Amélia para a vida de Lorenzo, escolhendo-a como mãe. Sentia um imenso orgulho daquele garoto, que, apesar de ser uma criança, já tinha uma mentalidade avançada. Breno será um ótimo líder, o don que a Ndrangheta precisa.

Me pego imaginando: será que um dia, quando tiver filhos, sentiria esse mesmo orgulho? Nunca cogitei ter filhos, a não ser dizer isso da boca para fora, até porque sou da máfia e tenho que seguir tendo meus herdeiros, meu sangue. Contudo, agora vejo de outra maneira: não é somente para ter herdeiros; acho que gostaria de ter uma miniatura de Cordelia, tão linda quanto ela.

Somente de pensar na possibilidade de filhos, sinto uma sensação estranha, mas boa.

Quem sabe não tenhamos um casal: um menino e uma menina, ou dois meninos, ou duas meninas. Isso seria fantástico!

Sempre cogitei que, quando tivesse filhos, seria mais de um, assim ele ou ela não ficaria sozinho, assim como foi comigo e meu irmão. Sempre tive Lorenzo.

Saio dos meus pensamentos com a pergunta de Lorenzo:

— Onde estava quando te liguei? E nem venha mentir, porque perguntei à Cordelia e ela disse que estava na sede, quando não estava. — Solto um longo suspiro, me lembrando de Lindsay e de quando fui hoje de manhã à sua casa, e por pouco não a matei.

— Resolvendo problemas — indago, fazendo meu irmão e meu pai me olharem.

— Que problemas são esses? — Papai, quem pergunta, e me preparo para levar um sermão, já que foi isso que aconteceu quando ele e mamãe souberam da suposta gravidez da Lindsay. Assim que Antonella soube que havia forjado a morte do Fergus, ganhei um tapa e um longo discurso de como eu a tinha decepcionado. Escutei calado, sabendo que estava errado, mas, porra, ver Cordelia, a mulher que amo, e minha mãe decepcionada comigo foi doloroso.

— Lindsay — falo a verdade, tendo o olhar do meu pai em mim.

— A prima da sua esposa — Lorenzo questiona, e confirmo.

— Caramba, aquela mulher não larga do meu pé, grudou em mim como um carrapato — demonstro meu desgosto somente em tocar neste assunto.

— Quem mandou ficar com a prima da sua esposa. — meu irmão diz em um tom de reprimenda. Lorenzo nunca esteve tão certo; se eu não tivesse ficado com Lindsay, não estaria passando por esses problemas.

— Sugiro que acabe logo de uma vez com qualquer tipo de relacionamento com essa mulher, ou ela irá arruinar seu casamento. — Papai aconselha, e será exatamente o que irei fazer. Logo após resgatar Amélia, darei um ponto final nesta história com Lindsay.

Ao chegarmos no território russo, fomos imediatamente para a propriedade de Ivan. Iríamos invadir o território da Bratva, caminhando pela floresta que cercava a mansão. Lorenzo rastreava a aliança de Amélia; o sinal indicava que ela estava andando e se aproximando.

Todos da família têm um rastreador na aliança, que servia exatamente para esses tipos de situações, como sequestro. No caso de Cordelia, coloquei na aliança e na pulseira que dei a ela quando fomos à Toscana. Gosto de me manter prevenido.

Ainda estava definindo se Ivan Alekseeva era burro ou só idiota. Nunca foi tão fácil invadir um território; sua sede era cercada por uma imensa floresta, sem proteção alguma, o que nos facilitava. Conforme nos aproximamos da mansão pela floresta, era perceptível ouvir os sons dos tiros.

Uma esposa para o mafioso: Livro 2 Série Máfia N'drangheta Onde histórias criam vida. Descubra agora