FELLIPP BARBIERI
Sabia que aquela ratinha era petulante, mas não imaginava que fosse corajosa o suficiente ao ponto de fugir. Após nos casarmos, também não queria esse casamento, mas... estou aguentando esse sacrifício, então a ratinha também terá que aguentar. Vi o exato momento em que Cordelia saiu de fininho; ela achou que ninguém perceberia, mas eu percebi e a deixei ir para ver até onde ela ia. Foi então que percebi que ela estava fugindo.
Ela achou que poderia se fazer de esperta comigo.
— Sacrifiquem o cavalo — ordeno em meio à minha raiva. Quero fazer Cordelia sofrer por me dar tanta dor de cabeça.
— NÃO, por favor, eu... eu... prometo que faço tudo que você disser, só não machuque o Fergus — é nítido o quanto ela tem medo de que eu faça alguma coisa com o animal.
— Fellipp, vamos conversar civilizadamente. Sei que o que Cordelia fez foi errado, mas não precisamos chegar a esse extremo — Maxwell tenta abordar a situação, porém meu corpo está banhado em ódio e raiva.
— Sua filha não pensou nisso quando ia fugir? — Consigo ouvir os fungados de Cordelia. Olho pra ela; seu rosto está banhado por lágrimas.
— Fellipp — ouço o timbre relutante de Enrico.
— Mate o cavalo! Agora é uma ordem, ou eu mesmo farei — digo, sem remorso algum. Nesse momento, quem fala é meu lado sombrio; Enrico sabe muito bem que eu seria capaz de matar aquele cavalo.
— Não, por favor, eu imploro — Cordelia pede, e uma mulher se aproxima para tentar acalmá-la.
Olho para Enrico, que decifra meu olhar. Ele assente em confirmação. Ando até Cordelia, puxando-a pelo braço para que ela não veja essa cena. O barulho do tiro, junto ao relinchar do cavalo, a faz parar. Cordelia começa a gritar desesperada, deslizando seu corpo ao chão.
— NÃO!!! Fergus — seu grito, cheio de dor, ela chora até que perde sua respiração.
— Cordelia — a mulher de meia-idade se aproxima, abraçando minha esposa.
— Ele está morto, Maísa — volto a puxá-la pelo braço, saindo dali. Não quero ouvir esse melodrama.
— Não toca em mim — ela tenta puxar seu braço, mas é em vão — VOCÊ NÃO TINHA O DIREITO — grita conforme nos aproximamos do carro. — EU TE ODEIO, TE ODEIO!!
— Que bom, porque eu também te ODEIO — altero um pouco a voz e coloco Cordélia dentro do carro.
— Fellipp...
— Já estamos partindo. Se ainda quiser se despedir da sua filha, sugiro que faça isso agora — interrompo Maxwell, vendo o homem caminhar até o carro.
— Fiz o que me mandou — Enrico se aproxima.
— Ótimo, não quero que ninguém fale o que aconteceu aqui.
— Estamos prontos para ir — assenti. — Alguns soldados irão acompanhá-los. Partirei hoje mesmo para a Calábria. — Enrico declara.
— Certo, vamos, mas antes tenho algo para resolver — digo, tendo uma ideia meio estúpida.
Cordelia já estava acomodada no jato. Depois de tanto chorar, ela adormeceu na poltrona. A levei para o quarto que tinha no jatinho. Guardo meu celular após falar com meu irmão. Me ajeitei na poltrona e achei que, a essa altura, estaríamos indo para a Calábria, mas aqui estou eu, esperando minha convidada para partir para a minha lua de mel.
— Senhor, estamos preparados — o piloto avisa.
— Cheguei — a voz irritante soa — podem guardar minha mala e poderiam me trazer um suco? Essa viagem vai ser bastante interessante.
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Uma esposa para o mafioso: Livro 2 Série Máfia N'drangheta
RomanceCordelia Mackenzie é uma garota ensinada somente para um propósito: ser uma esposa perfeita. Cordelia sempre soube de seu destino, só não imaginava que chegaria tão rápido. Com 19 anos, Cordelia tem que se casar com um membro da família Barbieri par...