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Cordelia Barbieri

Seguro minha mala de mão. Saindo para fora da mansão, no topo da escada, consigo ver Lindsay e Fellipp. Eles parecem estar discutindo; Lindsay faz gestos com as mãos, é evidente que está alterada, enquanto Fellipp a olha mortalmente, como se a qualquer momento pudesse pular no pescoço da mulher.

— Cala a boca, porra! — Fellipp berra, grudando no pescoço de Lindsay e a empurrando com brutalidade para trás.

Não interfiro; eles que se resolvam. Vai que ainda sobra para mim. Lindsay merece por ser intrometida. Minha aproximação chama a atenção dos dois. Fellipp desvia o olhar da mulher e me olha, ainda sério. Meu marido pega minha bolsa, grudando nossas mãos e me puxando.

— Entre! — ele ordena, seco. Diria até que está de mal humor. Entro no carro, me sentando; Fellipp ocupa o assento ao meu lado.

Seguimos por um caminho até passar pelos portões da mansão. Nem ao menos me atentei a toda essa segurança. Fiquei calada durante o caminho até o porto marítimo.

Isso mesmo, um porto.

Olho para Fellipp, tentando adivinhar o que faríamos ali. Será um passeio de barco ou ele vai cometer o meu assassinato? Assim seria mais fácil de se livrar do corpo... Por Deus, no que estou pensando!

— Para onde estamos indo? — Fellipp me ignora, saindo do carro, e faço uma careta, mas logo mudo minha expressão quando ele abre a porta para mim. Saio, e Fellipp, como sempre, me puxa como uma boneca. Bufo, me deixando ser guiada. Conforme nos aproximamos do porto, abro minha boca maravilhada com o luxo do iate. Havia quatro andares. Reconheço os soldados que vieram conosco desde a Escócia. Desvio o olhar do barco para a mão de Fellipp, que segura meu ombro. Seu toque é firme e preciso. Engulo em seco, tendo visão das suas veias grossas. Minha mente viaja para nosso momento íntimo, fazendo minhas bochechas esquentarem. Meu corpo fica tenso diante do toque do meu marido. Novamente, sinto aquele formigamento entre as pernas.

Será normal sentir isso?

Acho que sim, porque é uma sensação gostosinha.

— Você é tão transparente — saio dos meus pensamentos olhando para Fellipp.

— Não sei do que está falando — me faço de desentendida.

— E claro que sabe, você está corada, seus pelos se arrepiaram. Percebi quando começou a andar esfregando as pernas; com certeza está excitada, e aposto que isso se deve à lembrança da minha boca chupando sua boceta — Fellipp sussurra no meu ouvido, fazendo o rubor das minhas bochechas aumentar. Fico envergonhada com suas palavras chulas.

— Senhora — alguém fala comigo, me atrapalhando a responder meu marido. Ergo meu olhar, vendo que o soldado tem sua mão estendida para mim.

Porém, antes que eu aceite ou cogite aceitar, Fellipp agarra minha mão, se ajudando a subir no barco.

— Para onde vamos?

— Vamos passar uns dias nesse iate. Vem, vou mostrar seu quarto. — Sigo Fellipp pelo iate, impressionada com o luxo do barco. É a primeira vez que piso em algo como isso; nunca havia entrado em um barco. Subimos para o segundo andar, e Fellipp abre a porta de um quarto, me deixando ainda mais encantada.

O quarto é lindo! Tem uma pequena sacada, a cama é bem grande, bem mais do que imaginei. O ambiente é confortável, não se parece nada com um barco, e sim com um hotel.

— Se acomode, desça quando quiser. — Não digo nada, ainda encantada com o quarto. Olho cada parte, cada canto, memorizando. Pareço uma criança curiosa. Apoio minhas mãos na cama quando o barco começa a se movimentar; com certeza estamos saindo do porto.

Uma esposa para o mafioso: Livro 2 Série Máfia N'drangheta Onde histórias criam vida. Descubra agora