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CORDELIA BARBIERI

Abro meus olhos após não conseguir me mexer. Fito um braço musculoso agarrado firmemente em minha cintura, me impossibilitando de sair da cama. Recordo-me de como vim parar aqui, após um intenso dia cheio de aventuras sexuais. Depois daquela conversa na piscina, transamos, assim como no banheiro e nesta cama. E como Fellipp havia dito, sinto uma leve ardência na minha intimidade após o sexo intenso que tivemos. Adormeci na mesma cama que Fellipp.

Me pergunto: quando foi que me tornei uma viciada em sexo?

Com cuidado, tiro o braço de Fellipp ao redor do meu corpo e, delicadamente, saio da cama, caminhando até o banheiro. Me assusto ao ver meu reflexo no espelho: há algumas marcas de chupões em meu pescoço, com uma coloração roxeada, meu cabelo todo desajeitado e minha cara amassada. Tiro minha camisola, precisando urgentemente de um banho, e deixo o tecido cair sobre o chão. Entro embaixo do chuveiro, ligando o registro; a água quentinha entra em contato com meu corpo, deixando a ressaca sexual se esvair pelo ralo. Molho todo meu corpo, me permitindo relaxar.

Após meu banho relaxante, visto a mesma camisola, já que estou no quarto de Fellipp, onde não há roupas minhas. Saio do banheiro observando o homem que ainda dorme tranquilamente. Me aproximo, prestes a calçar meus chinelos, quando a mão de Fellipp agarra meu braço, me puxando para a cama. Caio em cima do seu corpo, soltando um gritinho com seu nome.

— Fellipp — bati contra seu peito, vendo o homem me puxar, envolvendo seus braços no meu corpo, me abraçando. — Achei que estivesse dormindo — ergui meu olhar, vendo um brilho diferente no seu olhar. Aquilo faz meu coração se agitar de uma maneira desconhecida.

— Tenho sono leve. Acordei assim que tirou meu braço do seu corpo. — Não questiono o motivo de ele não ter me falado que havia acordado.

— Estou com fome. — Digo, mudando o foco e desviando dos seus olhos que me fazem sentir coisas estranhas.

— Quer comer aqui ou lá fora? — Sua mão afasta uma mecha do meu cabelo, e fico estática quando Fellipp deixa um selinho na ponta do meu nariz.

Ignoro o quanto isso foi fofo e bobo.

É carência após sexo não significa nada.

— Lá fora, o dia deve estar lindo. — Digo, e ele abre um sorriso.

— Vou banhar. Se quiser ir se trocar, passo no seu quarto para te pegar. — Assinto, me levanto num pulo, saindo imediatamente dali antes que as coisas se tornem ainda mais confusas.

Visto um dos meus vestidos florais na cor azul, com flores delicadas bordadas na extensão do tecido. Deixo meu cabelo solto, que já estava quase seco, e fico na sacada à espera de Fellipp, com meus pensamentos em Maísa. Era ela quem me ajudava a me vestir, o que para mim era demais; porém, com uma ordem de papai, eu não ia contra. Com o tempo, me acostumei a ter Maísa ao meu lado; ela é a pessoa que mais me conhece no mundo.

Algumas pessoas me viam como a princesinha da Escócia. Não os julgo; foi assim que papai me criou: a princesinha trancada na torre, que desde pequena aprendeu a importância de um marido. Era frustrante; porém, essa era a minha realidade. Não minto, fui muito mimada; tinha pessoas para me ajudar a fazer praticamente tudo. Minha rota de fuga para um pouco de liberdade era a floresta, o que para uns era estranho, mas para mim era tudo. Era libertador.

As pessoas do clã não se importavam comigo; só se importavam com a posição de papai dentro da máfia e o que poderia ganhar tendo um casamento comigo. Conseguia ver os sussurros das meninas da minha idade referindo-se a mim; elas me viam como um animalzinho estranho e solitário.

E eu era mesmo. Nunca tive amigos, sempre conversava somente com os empregados, papai e Cameron. Não posso esquecer dos professores. Não acho que mamãe esteja feliz e aprove o estilo de vida que tive. Não odeio meu pai, apesar de suas manias e paranoias. Como eu disse, Maxwell era um bom pai dentro das suas limitações. Ouvi dizer que, após a morte de mamãe, papai se tornou frio e amargo, focando seu tempo em me arrumar um casamento vantajoso.

Uma esposa para o mafioso: Livro 2 Série Máfia N'drangheta Onde histórias criam vida. Descubra agora