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CORDELIA BARBIERI

Subo os degraus da entrada de casa. Havia chegado um pouco mais tarde do que de costume. Fiquei no dormitório com Angela, adiantando um trabalho para a faculdade, que acabou se estendendo para uma pausa para o lanche e muita conversa. Passo pela porta principal, seguindo em direção à cozinha. Com certeza, Fellipp não estaria em casa a essa hora, já que ele sempre chega mais tarde.

Porém, ao chegar no cômodo, me surpreendo ao vê-lo. O que me surpreende mais é sua veste despojada, sem ternos, algo simples... porém muito sexy. Sem conseguir desviar o olhar, engulo em seco, apreciando o pedaço de mau caminho que era meu marido.

E, como se sentisse meu olhar queimando seu corpo, ele se vira lentamente, com um copo de uísque em sua mão, me dando visão do seu abdômen despido. Sem nenhuma discrição, meus olhos fazem uma varredura pelos gominhos e o "V" que se forma, sumindo para dentro da calça jeans. Sinto meu corpo arder e, instintivamente, umedeço meu lábio.

E tudo piora quando, lentamente, Fellipp sorri de canto, um sorriso maldoso. Ele anda na minha direção, exibindo elegância e sexualidade. Vejo o momento em que ele deposita o copo sobre o mármore. Tremo quando ele passa por mim, se colocando atrás do meu corpo.

— Acho que temos coisas a tratar, mocinha — ofego, com seu sussurro, sentindo minha intimidade de agitar — tem algo a me dizer? — pergunta, e fico calada. Tento formular as palavras, mas tudo sai em um gaguejo.

— N...não

— Certeza? — Ele afunda o rosto no meu pescoço e me arrepio toda.

Merda.

— Então não quer me dizer sobre sua ida ao clube, o mesmo que lhe proibi de ir? — diz, e agora entendo tudo. Fellipp agarra minha cintura e solto um grunhido pelo choque dos nossos corpos — Saiba que você me desobedeceu, e meninas desobedientes merecem castigo.

Não tenho tempo de processar ou dizer nada. Fellipp me pega em seu colo com tamanha força e brutalidade.

— Felli…

— Calada — ordena com um tom sério, e me calo. Seu semblante fechado me faz engolir seco. Chegando no quarto, consigo ouvir a trava; ele trancou a porta.

Fellipp caminha comigo ainda em seus braços até a lateral da cama, onde ele puxa algo de metal. Consigo ouvir o metal se chocar, fazendo barulhos bem semelhantes a correntes.

— O que está fazendo? — questiono, surpresa, quando ele algema meu pulso. Fellipp me coloca na cama, subindo em cima da mesma, pegando a outra corrente e passando pelo meu pulso, que estava livre e agora está preso.

— Irei lhe ensinar a nunca mais me desobedecer — rosna, entrando no closet. Tento puxar as correntes em busca de liberdade, porém falho miseravelmente.

Sinto uma pontinha de medo; Fellipp parecia transtornado e com muita raiva.

Observo ele voltar com algo nas mãos e, novamente, engulo em seco, porque uma parte minha está com medo, mas minha intimidade insiste em umedecer e se contrair.

Se controla aí, amiga — penso.

— Você vai me machucar? — temerosa, pergunto.

— Não, não do jeito que está pensando — diz, rude, colocando alguns objetos sobre a cama. E me assusto com a velocidade com que ele vem para cima de mim. Com facilidade, Fellipp sobe meu vestido, deixando minha peça íntima à mostra. Contudo, com um puxão e muita força, ele rasga a peça. Reparo em seus dedos, que têm pequenos ferimentos.

— Fellipp — meu marido me cala com um beijo bruto. Sua boca devora a minha com raiva, deixando uma mordida. Ele separa nossos lábios com sangue nos olhos.

Uma esposa para o mafioso: Livro 2 Série Máfia N'drangheta Onde histórias criam vida. Descubra agora