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CORDELIA BARBIERI

Abro meus olhos com uma claridade batendo contra meu rosto e uma felicidade imensa atinge meu peito diante da visão que tenho, segurando a coberta contra meu corpo. Levanto animada, vendo a quantidade de borboletas sobrevoando baixinho. Eram tantas que nem se quisesse conseguiria contar. Observo o brilho do sol, os raios dando um contraste na área montanhosa à lateral. Tenho uma ótima vista do vinhedo, com as plantações em fileira, todas verdes. Ouço o som harmônico dos pássaros.

E, entre todas essas belezas, eu vi, Fellipp surgindo e caminhando até mim, fazendo meu coração saltar pela boca. E ali tive uma certeza que não poderia mais negar.

Mas ainda não era a hora de admitir.

— Você que preparou isso?

— Sim.

— Como fez para reunir tantas borboletas?

— Não foi algo fácil, eu confesso — Abre um largo sorriso.

— É maravilhoso, tudo é admirável: o sol, as montanhas, o vinhedo, os raios batendo contra o lago. Esse lugar é perfeito! Irei guardar tudo na minha memória; daria uma ótima pintura.

— Podemos voltar sempre que quiser — Sorrio, concordando, e Fellipp deixa um selar na minha testa.

— Com fome? — Questiona.

— Faminta! Poderia comer um banquete inteiro! — Declaro, tirando uma gargalhada sincera do meu marido.

— Quanta fome! — Diz em tom zombador — Aqui, vista isso — Com a ajuda de Fellipp, visto meu vestido e, em seguida, ele me puxa para perto de uma mesinha onde está posto um lindo café da manhã com frutas, pães, suco, leite, bolo e panquecas.

— Que mesa linda! — Me sento no gramado, bebendo um gole de água.

— Tudo o que minha esposa merece! — Sorrio boba, e ele se senta ao meu lado enquanto tomamos café da manhã, observando a linda paisagem que abriga essa fazenda.

Fellipp foi atencioso com cada detalhe. Degusto meu monte de panquecas com frutas e muito chantilly, uma das minhas refeições preferidas. Puxo o guardanapo, fazendo algo de chocar com o vidro da travessa.

Levo a mão, pegando um tipo de pingente, e arregalo os olhos vendo dois pingentes: um de borboleta e outro de cavalo.

— São lindos!

— Que bom que gostou! Quer que eu coloque? — pergunta.

— Sim, por favor! — Estendo meu pulso, entregando os pingentes a ele.

Me atento que, assim como nos outros dias, hoje também há uma flor, só que sem bilhete.

— Hoje não tem bilhete? — questiono, erguendo o olhar e volto a pegar o garfo.

— Não preciso deles hoje porque tudo que eu tenho a lhe dizer vai ser pessoalmente — indaga e me lembro de ontem, quando ele havia dito que tinha algo para me dizer e que provavelmente eu ficaria com raiva.

Confesso que estava curiosa: o que seria isso que ele tem a me dizer?

Nunca vivi tantas emoções iguais a ontem à noite. O jantar foi incrível, a noite maravilhosa. Fellipp me teve de uma maneira não somente corporal; foi algo mais intenso, cheio de carinho. Foi algo de dentro que conectou nossas almas.

Fellipp me teve de corpo e alma.

Essa noite, sem sombras de dúvidas, foi a melhor substituta da nossa primeira vez.

Não bastasse a noite incrível que tivemos, demos muitas risadas sobre a lua no lago, o mesmo no qual Fellipp disse aquelas palavras, aquelas que aqueceram meu coração, a mesma que me fez ficar em choque por alguns minutos.

Uma esposa para o mafioso: Livro 2 Série Máfia N'drangheta Onde histórias criam vida. Descubra agora