95. Fica

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Luan: Eu vou passar estes dias em casa dos meus pais. - falou com tristeza na voz - Acho melhor pra gente, no final de semana tenho show aqui em Sampa mesmo, se você quiser ir depois me diz, no sábado venho a casa ainda. - me avisou e eu não disse nada. - Eu vou indo. - se aproximou de mim e o olhei, minha respiração estava descompassada. Ele se abaixou e beijou minha barriga. - O papai te ama muito filha. - sussurrou - Até mais Mel. - me olhou e deu um sorriso frouxo. Vi-o ir e logo o meu coração se apertou.


Mel: Luan. - chamei e ele parou a meio do caminho. - Fica, por favor. - minha voz falhou e ele se virou lentamente.


Luan: Você não acha melhor ficarmos um tempo longe? - me perguntou na dúvida.


Mel: O que eu acho é que o seu lugar é aqui do meu lado e da sua filha, mesmo a gente estando magoados, temos de ser maduros o suficiente para conviver com isso. - falei séria e ele assentiu se aproximando, se sentou no sofá e me olhou.


Luan: Você quer conversar? - me olhava esperançoso.


Mel: Não, apenas quero ter você aqui. - confessei e ele sorriu de canto disfarçadamente.


Luan: Eu vou para o estúdio então. - assenti e ele se foi. O clima estava super chato e iria demorar para que tudo voltasse ao mesmo.


Subi para o quarto e fiquei assistindo tv por um tempo até adormecer. Acordei com burburinhos. Abri os olhos e me deparei com Luan deitado perto de minha barriga a acariciando enquanto cantava baixinho. Fiquei observando aquela cena e ele parou de cantar para falar.


Luan: O papai vacilou feio com a mamãe e com você amor. Eu não queria ter tratado ela daquele jeito, não estava em mim. Mas ela tem razão em não querer conversar comigo, eu entendo. Eu deveria ter acompanhado vocês e ter me emocionado com você na ultra, mas fui burro minha filha. Perdoa o seu pai meu amor? - choramingou- E ajuda a sua mamãe a me perdoar também, eu não mereço, mas não consigo ficar sem os carinhos dela. - limpou o rosto - Eu amo a sua mamãe de uma maneira fora do normal, não consigo ficar longe dela ou brigado. Me ajuda filhota! - meus olhos se encheram de lágrimas mas não queria que ele soubesse que estava acordada. - Dorme com os anjos. Você também meu amor. - se direcionou a mim e depositou o beijo em meu rosto. - Eu amo vocês demais. - Apagou a luz do abajur e se deitou do meu lado.


Acordei com a luz da janela e senti uma mão em minha cintura e uma respiração pesada em meu pescoço. Luan ainda dormia e reparei que mesmo chateados ele não conseguia dormir sem me abraçar. Sorri com esse gesto e me desenvencilhei calmamente dos seus braços. Depois de me arrumar desci tomando o café na zona da piscina. Mas uma coisa me chamou a atenção. Tinha ali uns vasos de gérberas que não estavam antes. Me lembrei dos jardineiros no dia anterior e com certeza foram eles que levaram. Observei mais o jardim e me deparei com mais flores espalhadas por ali. Luan não me parava de surpreender. Embora tenha me aquecido o coração não era suficiente para que o perdoasse.


Lúcia: Gostaste das flores? O teu noivo que mandou trazerem ontem e plantar.


Mel: Adorei vó. - sorri pequeno.


Lúcia: Ele acabou de descer, disse que ia comer e ficar no estúdio.

"A minha exceção..."Onde histórias criam vida. Descubra agora