132. Inesperado

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Dei espaço para os dois entrar e fomos até ao meu estúdio. Nos sentámos e estranhei Sorocaba estar junto, mas com certeza iria saber o motivo.

Amarildo: Você está bem?

Luan: Não pai, mas vou ficar. - fui sincero e olhei Sorocaba.

Sorocaba: Eu encontrei seu pai na porta, vinha falar com você. - começou por se explicar - A culpa foi minha por tudo que aconteceu, eu que insisti para que você fosse. Quando soube do acidente liguei as coisas e percebi a burrice que fiz.

Luan: Nada não cara, eu que aceitei né? Podia ser mais resistente e ter negado. O único culpado sou eu.

Sorocaba: Mas eu também tive culpa, se precisar de mim para convencer a muié a acreditar que cê não fez nada me chama.

Luan: Vai ser difícil ela me perdoar, mas se precisar eu chamo sim.

Sorocaba: Então eu vou indo. - se levantou e meu pai interrompeu.

Amarildo: Fica Sorocaba, eu quero saber tudinho que aconteceu, e se você tem dedo nisso é bom que fique. - falou firme e engoli em seco prevendo a bronca que viria. - O seu sogro não está aí?

Luan: Não, e agora que cê fala nem lembrei que eles estavam cá, mas acho que não ficaram cá em casa não, se não a avó já me tinha falado.

Amarildo: Normal eles quererem ficar num hotel, afinal você colocou a vida da filha deles em risco.

Luan: Eu sei pai. - falei assentindo.

Amarildo: Fala tudo que aconteceu? - pediu e respirei fundo antes de começar.

Contei cada detalhe e Sorocaba falou da parte em que entrava ajudando a entender melhor a situação. Meu pai não desamarrou a cara que estava desde que chegou e isso me assustava, eu precisava de apoio e não de pessoas contra mim, já me bastava carregar a culpa.

Amarildo: Sorocaba você já tem idade para entender que quando ele diz que não por causa da mulher é melhor respeitar e não insistir né? - confrontou-o. - E você Luan, já tem quase 28 anos, não aprendeu nada estes anos em que esteve casado?

Sorocaba: Você tem razão Amarildo, eu devia ter compreendido, mas no momento só queria me divertir com um velho amigo que não via a algum tempo.

Amarildo: Poderia ser sem mulheres. - returcou e Sorocaba se rendeu. - Você estava apenas com intenções de beber e descontrair? - perguntou direcionando o seu olhar para mim.

Luan: Estava pai, eu nem sequer me atrevo a pensar em trair a Mel, não faria isso nem morto.

Amarildo: Eu quero acreditar que não.

Luan: Pode acreditar pai, preferia ficar sem voz do que perder a muié da minha vida por uma canalhice feito essa.

Amarildo: Mas você sabe que está em maus lençóis filho. Ela até pode acreditar que você não fez nada, mas a mentira que você preferiu usar do que contar a verdade vai demorar para ela esquecer.

Luan: Aham, mas eu vou fazer de tudo para que ela me perdoe, demore o tempo que demorar.

Sorocaba: Mas você deu pistas de onde estaria? Porque é muito estranho ela aparecer lá né? - observou e ele tinha razão, como ela sabia onde eu estava? Com o desespero de tudo nem pensei nisso, mas agora as coisas estavam clareando mais.

Luan: Soroca eu não falei nada, não faço ideia de como ela soube.

Amarildo: Melhor você deixar ela voltar para casa e recuperar e depois ter uma conversa bem séria com ela para perceber tudo isso.

"A minha exceção..."Onde histórias criam vida. Descubra agora