40. Aqui se fazem, aqui se pagam

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Acordei mais cedo que o habitual e Melissa ainda dormia. Eu estava decidido a ir falar a sós com o pai dela. Saí sem fazer barulho e sem avisar ninguém, quando cheguei em sua casa o pai dela me atendeu espantado por me ver. 



Gonçalo: O que estás aqui a fazer?


Luan: Bom dia Sr. Gonçalo, eu preciso de falar a sós com você, se não se importar. - ele pareceu me avaliar. 


Gonçalo: Entre, vamos para o quarto da Melissa, a Ana ainda está a dormir. - deu-me espaço e entrei subindo as escadas atrás de si rumo ao quarto da Mel. - O que tens pra me dizer? - me olhava sério enquanto fechava a porta. 



Observei o quarto da minha namorada e cada detalhe me lembrava demais dela. Tinha um mural com fotos dela, do David, e minhas também. Sorri ao vê-las mas perante o olhar do seu pai decidi falar. 



Luan: Eu sei que o senhor não gosta de mim, ou da minha profissão, e se quer a verdade eu não estou nada calmo em estar aqui. Eu nunca tive de passar por isto na minha vida, mas eu acredito que é mais um desafio que tenho de vencer. Sr. Gonçalo eu imagino o que o senhor pensa de mim e das minhas intenções com a sua filha mas nada disso corresponde realmente à verdade. Eu só quero fazer a Melzinha feliz e pra isso eu faço qualquer coisa. Você deveria ter orgulho na filha que tem, ela faz sempre tudo com dedicação para que vocês a admirem. Eu quando conheci ela notei a sua insegurança e os seus medos mas também percebi que ela mudou esses aspetos e hoje é uma menina forte e sonhadora. - o pai dela me olhava esperando eu terminar tudo que tinha pra falar. - Eu já namorei muito nesta vida, já curti com muitas mulheres mas dou a minha palavra de que nenhuma me completou como a Melissa me completa. Eu me apaixonei por ela muito antes da gente ter algo mais sério. Eu vivo pra fazer ela sorrir mas me sinto impotente em não poder fazer nada que tire a mágoa que ela guarda do que vocês disseram. Mesmo que ela sorria e pareça feliz eu sei que no fundo ela sente. Eu só pedia para que mesmo que não aceitem a gente nos deixem ser felizes, porque a gente não funciona um sem outro. - olhei Sr.Gonçalo que me olhava indecifrável e pude jurar que vi um sorriso se escapar.


Gonçalo: Admiro a tua coragem rapaz, de vires aqui e falares tudo isso. Mas não são palavras que me vão fazer mudar de opinião. Eu quero atitudes e você está muito longe de corresponder aquilo que eu espero pra minha filha. Eu só não quero que ela se magoe, porque voltar a vê-la daquela maneira que ela esteve na adolescência, eu não quero. Por isso sou muito pé atrás e avalio os pontos positivos e negativos. E quanto ao vosso namoro os negativos superam os positivos. Não digo que não irei apoiar vocês, mas agora não tenho motivos pra isso. Quem sabe um dia. 


Luan: Eu compreendo o senhor, quando a gente tiver uma filha também serei assim, sou ciumento e com ela não vai ser diferente. Vou cuidar e proteger de todo o mal que possa acontecer. Mas não deixe a Mel voltar sem falar com ela antes.


Gonçalo: Ela sabe que estás aqui? - perguntou-me desconfiado. 


Luan: Não, ela ficou dormindo. 


Gonçalo: Está bem, eu hoje ainda vou falar com ela.  - sorri com a sua decisão - Vocês vão embora quando? 

"A minha exceção..."Onde histórias criam vida. Descubra agora