109. Natal com sabor amargo

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Denise: Oi queridinha. - falou com o seu tom desprezível.


Mel: Não pode ser. - falei não acreditando e ouvi um risinho irónico do outro lado da linha.


Denise: Claro que pode, hoje é Natal e a gente tem uma ligação extra, adivinha para quem decidi ligar? Você queridinha.


Mel: Eu não quero ouvir você. - disse enervada.


Denise: Mas vai ouvir, até porque o que tenho pra contar te interessa. Antes demais, muitos parabéns pela Alice viu?! - falou sarcástica. - Aposto que a menina é a cara do Luanzinho.


Mel: Como você sabe da minha filha? - indaguei firme.


Denise: O seu noivo não te contou? - riu novamente. - Estes dias ele me visitou. Eu sabia que ele não iria conseguir ficar muito tempo sem me ver. - nesse momento fiquei sem reação, como assim o Luan a visitou?


Mel: Você não cansa de plantar discórdia entre a gente? Nem na cadeia você nos dá sossego?


Denise: Eu te avisei no tribunal que o seu inferno continuaria, não me quis levar a sério? Agora aguenta. - ameaçou e senti um arrepio.


Mel: Vai te catar Denise, eu não tenho medo de você.


Denise: Deveria, já não teve a prova de que eu posso estragar com a tua vida?


Mel: Tanto teve a prova que agora paga a consequência. - returquei.


Denise: Só avisando que a visita do meu Luanzinho aqui me valeu mais um ponto positivo a meu favor. Você só espera me ver daqui a pouco mais de 14 anos mas acredite que vou conseguir sair bem mais cedo. - riu e desliguei na cara dela.


Eu estava especada ali no alpendre da casa, apenas com o som ambiente que se fazia na sala. Luan não poderia ter feito isso. Como ele teve coragem de visitar a causadora de tanto sofrimento na nossa vida? Pior, como ele falou da nossa filha para ela? Estava com imensa vontade de lhe bater, ela sempre consegue estragar o que estava tão bem. Me sentei na rede que tinha ali e me permiti chorar. Eu queria tirar isto a limpo imediatamente mas isso só iria trazer tristeza para este clima de Natal .


Manu: Mel você tá chorando? - perguntou chegando perto de mim. Limpei rápido o meu rosto e tentei lhe dar um sorriso.


Mel: Não Manuzinha, foi um cisco que entrou no meu olho. - contornei a situação e ela se sentou do meu lado.


Manu: O Luan está preocupado, pediu para eu vir atrás de você.


Mel: Porque não veio ele? - indaguei fria.


Manu: Está com a Alice. - sorriu e fez carinho em meu cabelo.


Mel: Vamos voltar?


Manu: Aham, depois você me ensina a maquiar assim como você?

"A minha exceção..."Onde histórias criam vida. Descubra agora