Teto Para Duas - CAMREN

37 - Camila Cabello

N/a: 2|3

________________｡⁠◕⁠‿⁠◕⁠｡_____________

"Tem gente que já nasce com o coração blindado
Pena que não é o meu caso
Pena que não é o meu
Pena que não é o meu caso
Pena que não é o meu

Já sofri e fiz sofrer
Nem sei por que escolho se amar sempre vira doer
Me prove o contrário, que dessa vez é pra valer
Meu coração cansado só quer descansar em você

Cuida do que nunca foi cuidado
Pareço ser forte, mas sou frágil
Aceita meu amor traumatizado?
Não quero passear no meu passado

Lá vou eu de novo, apostando tudo
Não decepcione, já não tenho muito
Pra perder de novo, sei que não é justo
Te amar com medo, meu porto inseguro..."

________________｡⁠◕⁠‿⁠◕⁠｡_____________

Camila narrando...

Não estou bêbada, mas também não estou sóbria. Sempre ouvi dizer que nadar no mar nos deixa com fome, bom, quase se afogar nos deixa fracos para bebida.

Além disso, uísque com gelo é muito forte.

Não consigo parar de rir. Lauren Jauregui com certeza também não está sóbria; ela relaxou os ombros e seu sorriso torto agora é permanente. Além disso, ela parou de tentar arrumar o cabelo, então de vez em quando um novo cacho se liberta.

Ela está me contando de quando era criança e morava em Cork e das armadilhas elaboradas que Chris Jauregui e ela criavam para irritar os pais (e é por isso que estou rindo).

- Espere aí. Vocês estendiam um fio no corredor? Como as outras pessoas não tropeçavam também?

Lauren balança a cabeça.

- A gente saía escondido e montava tudo depois que minha mãe tinha colocado a gente na cama. Michael sempre ficava até tarde no pub. A gente aprendia muitos palavrões quando ouvia ele tropeçar.

Dou risada.

- O nome dele é Michael?

- Aham. - A expressão dela fica séria. - Não gosto de falar dele na verdade. Trata minha mãe muito mal, sempre a chamava de burra. Mas mesmo assim ela continua com ele. Sempre deixava que ele voltasse depois de o por para fora. Ela estava estudando para receber o diploma de segundo grau quando eles reataram, mas ele fez com que ela desistisse.

Faço cara feia. A história da armadilha de repente não é mais tão engraçada.

- Sério? Mas que filho da puta!

Lauren parece um pouco impressionada.

- Falei alguma coisa errada? - Pergunto.

- Não. - Ela sorri. - Não, só surpreendente. De novo. Você ia ganhar do Michael Jauregui em um concurso de palavrões.

Inclino a cabeça.

- Ah, obrigada. - Digo.

Lauren está quase na horizontal, como eu, estamos compartilhando a cadeira para os pés. Ela está com as pernas cruzadas na altura dos tornozelos e o copo de uísque na ponta dos dedos, girando o líquido à luz da vela. O restaurante já está quase vazio; os garçons limpam discretamente as mesas do outro lado do salão.

Arregalo os olhos. Não consigo imaginar só saber e conviver com coisas ruins do meu próprio pai, mas Lauren fala como se não se importasse. Ela percebe minha expressão e dá de ombros.