55 - Camren

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"Desculpa, mas não entendo.
Eu quero tudo e mais ainda.
Amor tem que encher o coração,
a casa, a alma.
Pouco ou metades nunca me completaram."

Clarice Lispector

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Lauren narrando...

- Provavelmente não é um bom momento. - Falo.

- Espero de verdade que você esteja brincando.

- Não estou brincando, mas com certeza estou torcendo para você me dizer que estou errada.

- Você está errada. Agora é o momento perfeito. Estamos sozinhas, no apartamento, juntas. Não dá para ser melhor do que isso.

Nós nos encaramos. Ela ainda está usando aquele vestido incrível, que parece que vai cair com um único puxão. Estou desesperada para tentar fazer isso. Mas resisto, ela diz que está pronta, mas não foi um dia bom para esse tipo de sexo de arrancar as roupas uma da outra. Talvez para um sexo lento, gentil, com roupas mantidas por um tempo sedutoramente longo.

- Vamos para a cama?

Essa voz, doce e sexy.

Muito mais sexy quando diz coisas como "vamos para a cama".

Paramos ao pé da cama e viramos uma para a outra de novo. Eu me inclino para segurar seu rosto e beijá-la. Sinto seu corpo derreter contra o meu enquanto nos beijamos, percebo a tensão abandoná-la e eu me afasto para observar seus olhos castanhos e brilhantes.

O desejo é instantȃneo, surge no momento em que nossos lábios se tocam e tenho que me esforçar muito para apenas pousar as mãos em seus ombros nus.

Camila solta minha gravata e tira meu paletó. Desabotoa minha camisa devagar, me beijando enquanto seus dedos se movem. Ainda há certo espaço entre nós, como se estivéssemos mantendo uma distȃncia respeitosa, apesar dos beijos.

Ela se vira, puxando o cabelo para a frente para que eu possa abrir o zíper do vestido. Tiro o cabelo das mãos dela e dou um leve puxão, enrolando-o em meu pulso e ela geme. Não consigo lidar com esse som. Acabo com o espaço entre nós, beijando os ombros dela, subindo pelo pescoço até onde o cabelo encontra a pele, me aproximando o máximo possível até ela tentar abrir o próprio zíper.

- Lauren. Foco. Vestido.

Tiro os dedos dela do zíper e o abaixo devagar, mais devagar do que ela quer. Camila se remexe, impaciente. Recua, colando o corpo no meu até minhas pernas baterem na cama e nossos corpos estarem grudados um no outro, pele nua e seda.

Sua pele é como tocar um piano, cada toque uma sinfonia de arrepios aparece.
Acompanhando de cada arrepio posso ouvir um gemido saindo de sua garganta involuntariamente.

Por fim, o vestido cai no chão. É quase cinematográfico, um brilho de seda e ela está ali, lingerie preta e mais nada. Ela se vira em meus braços, os olhos em chamas e eu a afasto de mim para observá-la.

Ela estava sorrindo.

Camila é como música.

Música que muitos ouvem, mas poucos apreciam.

- Você sempre faz isso.

- O quê?

- Me olha assim. Quando eu... tiro alguma coisa.

- Quero ver tudo. É importante demais para ter pressa.

Ela ergue uma das sobrancelhas de um jeito incrivelmente sexy.

Teto Para Duas - CAMRENOnde histórias criam vida. Descubra agora