28 - Lauren J. & Camila C.

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N/a: Surprise!
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As oportunidades multiplicam-se à medida que são agarradas.

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Lauren narrando...

Pelo menos minha mãe acaba sendo uma distração para a lembrança dolorosamente incômoda desta manhã.
Está fazendo um esforço incrível. E parece que estava dizendo a verdade sobre estar sozinha - não há sinais claros de Michael Jauregui na casa (Chris e eu aprendemos a identificá-los na infȃncia), e ela não trocou de penteado nem de estilo desde a última vez em que a vi, o que significa que não está tentando se adequar aos gostos dele.

Falo com ela sobre Keana. É surpreendentemente bom. Ela assente nos momentos certos e dá tapinha na minha mão, ficando um pouco chorosa, depois me faz nuggets com batata frita, o que me dá a sensação de voltar a ter dez anos. Mas não é desagradável. É bom ter alguém cuidando de mim.

A parte mais estranha é voltar ao quarto que meu irmão e eu dividimos quando nos mudamos para Londres, na adolescência. Só voltei aqui uma vez desde o julgamento. Vim para ficar por uma semana depois disso; achei que minha mãe não seria capaz de lidar com aquilo sozinha.

Mas não precisei ficar muito: logo Michael estava atrás dela me pedindo para ir embora, então voltei para o apartamento.

O quarto não mudou. Parece uma concha, só que sem o bicho dentro. Está cheio de buracos onde coisas deveriam estar: marcas de tachinhas de pôsteres tirados das paredes há muito tempo, livros caídos sem objetos por perto para ampará-los. As coisas de Chris ainda estão encaixotadas, desde que os colegas de apartamento dele as deixaram aqui.

Preciso de muito esforço mental para não revirar nada. Seria desnecessariamente perturbador e ele odiaria.

Deito na cama e me pego voltando à imagem de Cabello - primeiro com a lingerie vermelha, depois entrando no quarto enrolada na toalha. A segunda imagem parece ainda mais inaceitável, como se ela nem soubesse que eu estava observando.

Me remexo, desconfortável. É errado me sentir atraído por ela. Provavelmente é uma reação ao término com Keana.

Telefone toca. Pȃnico surge.

Confiro: Camila Cabello

Não quero atender.

Telefone toca, toca, parece não parar nunca.

Ela desliga sem deixar recado. Me sinto estranhamente culpada.

Chris disse que eu tinha que falar com ela. Mas prefiro silêncio a partir de agora ou, no máximo, um ou outro bilhete deixado na chaleira ou atrás da porta.

Deito de novo. Penso sobre isso. Me pergunto se é verdade.

Telefone vibra. Uma mensagem.

Oi.
Então. Hum. Acho que a gente deveria conversar sobre hoje de manhã, não?

A lembrança volta de repente e me pego grunhindo outra vez.

Com certeza deveria responder. Solto o telefone.

Encaro o teto.

O telefone vibra de novo.

Eu deveria ter começado com um pedido de desculpa. Era eu que não tinha que estar lá, de acordo com nossas regras de convivência. E aí ataquei você no chuveiro.
Então, sim, me desculpe!
Bjos

Teto Para Duas - CAMRENOnde histórias criam vida. Descubra agora