39 - Lauren Jauregui

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N/a: Boa leitura!

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"E se tudo fosse para sempre,
você saberia dar valor aos bons momentos?"

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Lauren narrando...

Nunca me esforcei tanto para escrever os bilhetes. Era muito mais fácil quando só rabiscava ideias aleatórias para a amiga que ainda não tinha conhecido. Agora estou pensando em mensagens com cuidado para a mulher que ocupa a maior parte dos meus pensamentos.

É horrível. Eu me sento com caneta e Post-it e de repente esqueço todas as palavras. As mensagens de Camila são atrevidas, provocantes e irritantes como ela. Esta foi a primeira depois do fim de semana em Brighton, presa à porta do quarto:

Bom, oi, colega de quarto.
Como está sendo a transição de volta para a vida noturna de sempre? Vi que Roberta e a família reviraram as lixeiras de novo enquanto a gente estava fora - são umas raposinhas mesmo.
Queria escrever para agradecer de novo por você ter me tirado do mar. Lembre-se de cair em uma grande porção de água em algum momento para que eu possa retribuir o favor, sabe, em nome da igualdade.
E também porque acho que você ia ficar ótima saindo do lago.
Bjos

As minhas são formais e excessivamente pensadas. Escrevo quando chego do trabalho, depois reescrevo quando saio pela manhã, depois passo a noite me arrependendo delas na casa de repouso. Até chegar em casa, ver a resposta e me sentir bem de novo. E o ciclo se repete.

Por fim, na quarta, tomo coragem para deixar esta mensagem no balcão da cozinha:

Planos para o fim de semana?

Fiquei paralisada, em dúvida, assim que saí do prédio e me afastei o máximo possível para a volta ser inviável.

Pensando bem, o bilhete foi muito curto. Curto demais para o significado ter ficado claro?
Talvez ofensivamente curto?
Por que isso é tão difícil?

Mas agora estou me sentindo melhor.

Bom, vou ficar sozinha em casa este fim de semana. Quer vir para cá e preparar seu estrogonofe de cogumelos para nós? Só comi requentado e aposto que fica ainda melhor fresquinho.

Pego um Post-it e rabisco minha resposta.

Bolo de sobremesa? Bjos

- Você está nervosa, não está? - Chris falava.

- Não! Não, não.

Chris bufa. Ele está de bom humor e tem sido assim nos últimos tempos. Liga para Allyson a cada dois dias para saber do progresso da apelação. Tanta coisa para falar, ligações a cada dois dias pelo jeito são essenciais. Provas reexaminadas. Testemunhas surgindo. E, por fim, imagens da cȃmera de segurança obtidas.

- Está bem. Estou um pouco nervosa.

- Vai dar tudo certo, mana. Você sabe que ela gosta de você.
Qual é o plano? Hoje é o dia.

- Claro que não. Rápido demais.

- Raspou as pernas por precaução? - Não é possível que estou escutando isso. Não me digno a responder. Chris ri.

- Eu gosto dela, irmã. Você arrumou uma das boas.

- Não sei se "arrumei" nada ainda.

- Por quê? Você acha... O ex?

Teto Para Duas - CAMRENOnde histórias criam vida. Descubra agora