25 - Lauren.J & Camila.C

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N/a: Será?
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"Quando se ama não é preciso entender o que se passa lá fora, pois tudo passa a acontecer dentro de nós."

Paulo Coelho
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Lauren Jauregui narrando...

O cabelo de Holly já cresceu bastante. Ela parece uma versão feminina do Ronald Weasley do Harry Potter, fios espetados para todos os lados, não importa o quanto o pai dela tente pentear.

O rosto dela também mudou, ficou mais cheio, mais vivo. Olhos parecem mais proporcionais em relação ao restante agora.
Ela sorri para mim.

- Veio se despedir?

- Vim colher seu sangue.

- Pela última vez?

- Depende do resultado do exame.

- Você está irritada. Não quer que eu vá embora.

- Claro que quero. Quero que você fique bem.

- Não quer, não. Você não gosta quando as coisas mudam.
Quer que eu fique aqui.

Não digo nada. É irritante ser tão bem compreendida por alguém tão pequeno.

- Também vou sentir sua falta. Você vai me visitar em casa?
Olho para o pai dela, que está abrindo um sorriso cansado, mas muito feliz.

- Você vai estar ocupada demais com as aulas e com todas as atividades depois da escola. Não vai querer visitas.

- Vou, sim.

- Seria ótimo receber você para jantar. De verdade. E a Holly também acha. Só para agradecer. - Simon fala sorrindo

A euforia cerca o pai da Holly como uma lufada de perfume.

- Bom, pode ser. Obrigada.

Os olhos do pai de Holly ficam marejados. Nunca lido bem com essas situações. Começo a me sentir meio em pȃnico; sigo para a porta.

Ele me abraça antes que eu consiga escapar. Me sinto zonza de repente. Não sei se quero chorar por causa de Holly ou de Keana, mas este abraço está fazendo alguma coisa com minhas glȃndulas lacrimais.

Seco os olhos e espero que Holly não note. Bagunço o cabelo ruivo espetado dela.

- Comporte-se.

Holly sorri. Fico com a impressão de que ela tem outros planos.

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Chego do trabalho a tempo de ver os últimos vestígios de um nascer do sol realmente glorioso por trás dos arranha-céus londrinos, refletido no cinza do Tȃmisa, tornando a água azul- rosada.

Pareço ter muito tempo agora que Keana se foi. Me faz pensar se eu realmente lhe dava tão pouco tempo quanto ela sempre dizia, se é verdade, de onde vieram todas essas horas?

Decido parar em algum lugar para tomar chá e depois ir caminhando para casa, só leva uma hora e meia e é o tipo de manhã em que a gente quer ficar na rua.

Pessoas correm em todas as direções, a caminho do trabalho com seus cafés. Deixo todas passarem por mim. Ando por ruas paralelas sempre que possível; elas estão mais calmas que as principais.

Quando dou por mim, estou na rua Clapham. Fico gelada quando vejo o mercadinho. Mas me obrigo a parar. Parece respeitoso, como tirar o chapéu quando um carro funerário passa.

Teto Para Duas - CAMRENOnde histórias criam vida. Descubra agora