4 - Lauren Jauregui

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N/a: Bom dia, boa tarde, boa noite!

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"As dificuldades existem para separar o belo do extraordinário."


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Lauren Jauregui on...

A conversa não saiu mesmo como o previsto. Keana ficou estranhamente irritada.

Teria se incomodado com outra pessoa, além dela, dormindo na minha cama?

Mas Keana nunca vem aqui, ela odeia as paredes verde-escuras e os vizinhos idosos, entra no pacote de "você passa tempo demais com gente velha".

Sempre estamos na casa dela, paredes cinza, vizinhos jovens e descolados.

A briga termina com um impasse chato. Ela quer que eu desista e cancele com a mulher com nome de cabelo, mas não vou voltar atrás.

Foi a melhor ideia que tive para conseguir dinheiro fácil todo mês. Também poderia ganhar na loteria, mas isso não conta como planejamento financeiro. Não quero voltar a pedir trezentas e cinquenta libras emprestado.

Foi Keana quem disse: não era bom para nosso relacionamento.

Ela chegou a esse ponto, então... vai mudar de ideia.



Noite vagarosa.

Holly não conseguia dormir; jogamos damas. Ela balança os dedos sobre o tabuleiro como se estivesse lançando um feitiço antes de tocar em uma peça. Está fazendo jogos mentais, pelo visto, isso distrai a atenção do oponente da jogada seguinte.

Onde uma menina de sete anos aprendeu a fazer jogos mentais?
Pergunto pra mim mesma.

- Você é muito ingênua, não é, Lauren? - Ela pronuncia "ingênia". Provavelmente nunca disse isso em voz alta, só leu em um de seus livros.

- Sou uma mulher experiente. Obrigada, Holly! - Recebo um olhar condescendente* e um sorriso tímido.

- Tudo bem, Laur. Você só é legal demais. Aposto que as pessoas pisam em você como se fosse um capacho.

Ela ouviu isso em algum lugar, com certeza. Provavelmente do pai, que a visita a cada quinze dias, de terno cinza chique, trazendo doces ruins e o cheiro forte de fumaça de cigarro.

- Ser legal é uma coisa boa, Holly. - Tiro meus olhos das peças do tabuleiro e a olho.
- A gente pode ser forte e legal. Não precisa ser uma coisa de cada vez. - Recebo outro olhar condescendente.

- Olha. É tipo... A Keana é forte, você é legal.

Ela abre as mãos, como se dissesse: é assim que o mundo funciona.

Fico surpresa. Não percebi que ela sabia o nome da Keana. Mas esperta do que pensei.

Sorri ao imaginar isso.



Chris Jauregui liga bem na hora em que chego. Tenho que correr para atender o telefone fixo, sei que vai ser ele, sempre é.

- Aí! - Bato a cabeça na lȃmpada baixa da cozinha. Único defeito deste apartamento excelente.

Esfrego a cabeça. Fecho os olhos. Ouço a voz de Chris com cuidado, atenta a tremores e pistas de como ele realmente está, e escuto um Jauregui real, vivo, que ainda está bem e respirando.

- Me conte uma história boa. - Ele fala.

Fecho os olhos com mais força. Não foi um bom fim de semana para ele, então. Fins de semana são ruins, eles ficam mais tempo encarcerados. Sei que está desanimado por causa do sotaque, tão peculiar para nós dois. Sempre um pouco de Londres, um pouco do Condado de Cork, fica mais irlandês quando ele está triste.

Teto Para Duas - CAMRENOnde histórias criam vida. Descubra agora