000. | Prólogo

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ATHENA

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ATHENA

Hoje eu fiquei sem fazer nada o dia inteiro, sério. É um dos meus dias de folga do trabalho, mas não tinha nenhum lugar pra eu ir. Pra falar a verdade, eu nem gosto muito de sair, pelo menos não sozinha.

Eu tomei meu banho Premium, e é como se eu me sentisse uma nova pessoa, melhor sensação do mundo.

Me joguei no sofá da sala e comecei a rodar meu tiktok. Até que apareceu um vídeo que grudou minha atenção.

"Você sabe quem foi Athena MC?"

Bom, eu sei. Sei bem.

Hoje em dia eu não batalho. Não vou dizer que não rimo, a rima nunca vai sair de mim, sempre me pego combinando as palavras por aí.

Não é me gabando, mas eu era braba. Ainda mais pela idade que eu tinha na época.

Entrei na cena por volta  de 2014, ainda com 11 anos...comecei a batalhar uns meses depois disso. Mas acho que competir mesmo foi só por 2016. Só tinha monstro por onde eu ia.

Na verdade, acho que só comecei por consequência do ambiente eu que eu vivia.

Isso é papo pra outra hora, mas muitos rimam por necessidade, eu rimava por liberdade.

Sempre que algo dava errado — as coisas davam errado com frequência — eu me distraia rimando, andando pelas praças de SP e batalhava com uma galera que só depois de um tempo descobri a imensidão a quais elas eram.

Sabe o ditado, mente vazia, oficina do diabo?

Acho que eu era tão perturbada das ideias que isso me fazia ser muito boa.

Não é atoa que em 2019 história foi feita.

Apenas com 17 anos — na verdade 16, mas eu tinha quase 17 — eu era campeã nacional. Sinceramente, até hoje não consigo medir o tamanho dessa conquista. Ainda mais pelos monstros nos quais tinham naquele tempo.

Parei de rimar em 2020, a cena já estava um pouco parada por conta da pandemia, mas antes mesmo eu já não estava mais tão bem.

E nem estou falando do quesito de rimar bem, mas sim do meu psicológico.

O motivo se baseiam em três fatores.

O hate que eu sofria era absurdo. Muita vezes até cruéis demais.

Eu teria que me mudar em breve para Santa Catarina — no caso, voltar pra lá, minha cidade natal.

Mas a gota d'água foi uma batalha em específico.

Eu e Jhonny.

Ele apelou em falar sobre minha família e algumas coisas que aconteciam pessoalmente comigo. Coisas nas quais eu falei em algumas entrevistas, mas nunca me senti confortável em falar.

Olimpo | Apollo MCOnde histórias criam vida. Descubra agora