❛ Onde Apollo e Athena se reencontram após anos sem contato algum, opcional ou não, o sentimento estranho retorna, o de surpresa apresenta-se, a saudade se revigora, mas quanto ao sentimento escondido e trancado à 7 chaves fica a pergunta, tal cadea...
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ATHENA
Florianópolis, SC | 12h40min, 16 de julho de 2023.
— Gente, já que vou voltar hoje pro Rio, tenho um convite pra fazer. — Bia sorriu.
Já passa do meio dia e meu pai está fazendo churrasco...ele é viciado em churrasco.
— Lá vem bomba. — ri. — Quando Bianca faz cara de simpática é por que vem pedrada.
— Nossa, você me odeia? — me olhou indignada e eu ri novamente. — Enfim, não seu se vocês sabem né, mas...dia 25 é aniversário da minha irmã e meio que a bonita quer que um molequinho que mora aqui compareça no dia da festa. — segurou uma risada olhando para Juca, meu irmão, que estava sentado em uma cadeira perto do balcão da churrasqueira.
João Lucas é meu meio irmão, mas eu considero ele como o irmão de 100% do mesmo sangue que eu. Com toda a certeza ele foi a cura do meu pai.
Eu sei o quanto esse cara sofreu pra conseguir sair do relacionamento que antes vivia.
Eu nasci aqui em Santa Catarina, num bairro bem simples, mas era muito bom de viver lá. Eu fui uma criança muito feliz. Até me dar conta da realidade e entender as coisas não mais como uma criança.
Quando eu tinha 9 anos eu e meus pais nos mudamos pra São Paulo, especificamente pra um bairro chamado Jardim Celeste.
O começo foi até legal.
O problema é que quando você cresce, algumas pessoas deixam de esconder o que escondiam enquanto você ainda era pequeno.
Eu sei que meu pai aguentou muito tempo escondendo de mim o quanto o relacionamento dele com a minha mãe era...conturbado.
Eles sempre brigavam, meu pai não sabe que eu sabia, mas desde pequena eu via.
Aos meus 11 anos as coisas pioraram bastante. Não tinha como esconder. Aquele pequeno apartamento era repleto de discussões o dia inteiro.
E eu um dia eu não aguentei.
Falei pro meu pai que tinha que fazer um trabalho em uma amiga e que o pai dela me traria a noite pra casa.
Era total mentira. Por muito tempo eu dei essas desculpas. Mas na verdade eu saia da escola e andando pelas ruas de São Paulo e me enturmando em uma cena.
A rima.
Ou melhor dizendo, as batalhas de rima.
Lá eu me sentia eu mesma, livre.
Mas me doía muito mentir pro meu pai.
Com 13 anos eu acabei sendo chamada pra uma batalha em outra cidade.
