CAPÍTULO 77

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Nos besamos
Y no hicieron falta las
palabras,
Su beso me dijo
"Te quiero" Y el mío le dijo
"Yo más'

ANAHI PORTILLA - 29 DE DEZEMBRO DE 2023

Ele imediatamente me trouxe para perto de seu corpo, quase como se quisesse que nos fundíssemos. Ele não chorava, apenas me acalentava beijando meus cabelos incessantemente. Eu só sabia chorar, precisava extravazar todo aquele sentimento, precisava deixar ir por completo todo aquele aperto no peito que levei comigo por tanto tempo.

Mas de repente sinto o corpo de Alfonso retesar, suas mãos ao redor do meu corpo gelaram, percebi o exato momento em que ele percebeu a importância dele em toda essa história, sem nem ao menos o encarar. O poder de percepção dos nossos corpos continuava o mesmo.

ALFONSO HERRERA - 29 DE DEZEMBRO DE 2023

Não podia acreditar no que Anahi acabara de me confesar, no meio de todo aquele turbilhão que eram as viagens do RBD, ela havia passado por algo tão sério, sozinha e... 2008... Ela já estava com o Rodrigo, mas havíamos nos reaproximado... durante a tour nos estados unidos nos deixamos levar... De repente senti uma aperto forte no peito, uma pressão na cabeça, uma inquietação sem tamanho no corpo inteiro.

Alfonso - Ani... - tentei falar mas a voz se perdeu

Meu corpo se contraía, havia uma pedra na minha garganta, não conseguia falar... minha respiração era curta,estava complicado me faltava o ar. Anahi ainda soluçava em meus braços mas me encarou com os olhos vermelhos percebendo a mudança em meu comportamento.

Seus olhos estavam em um tom de azul vivo, contrastando com a vermelhidão ao redor. Sem nenhuma palavra trocamos olhares, meus olhos estavam tristes, meu corpo e alma estavam, completamente perdido... Ela sabia o que eu estava a questionando em silêncio, sabia o que se passava em minha mente naquele momento e então assentiu com a cabeça, confirmando minha suspeita iniciando um choro pesado e sentido outra vez, se aconchegando em meus braços novamente. Aquela constatação doía absurdamente, havia perdido nosso bebê.

Não podia acreditar no que estava acontecendo ali, não depois de tanto tempo. Nunca imaginei que tudo aquilo havia acontecido bem debaixo do meu nariz e não havia percebido nada. Estava destruído, eu havia perdido um filho ou filha com Anahi, com a pessoa que por anos eu nutria um amor velado.

A dor se instalou por todo meu ser, me sentia impotente, fraco, as lágrimas agora tomavam todo meu rosto, estava inconsolável, mil perguntas sondavam minha cabeça, ao mesmo tempo que só queria continuar ali, calado, a confortando e sendo confortado.

...

Depois de alguns minutos o barulho do choro de ambos foi substituído vagarosamente por um silêncio ensurdecedor. Continuávamos abraçados, Anahi tinha o rosto recostado em meu peito, sua respiração foi se acalmando devagar juntamente com a minha, parecia que nenhum ousava romper aquele silêncio que dava uma falsa sensação de proteção aos dois, de não querer explorar aquele assunto para não nos machucar ainda mais, mas que ao mesmo tempo necessitava saber todo o que realmente havia passado.

Alfonso - Ani... - falei respirando profundamente, procurando coragem para encarar a realidade que havia sido exposta - No sé que decir... yo realmente no sé que decir... No sé por donde empezar... - disse acariciando seus cabelos

Ela que até então ainda permanecia com o rosto escondido finalmente voltou a me encarar, seu rosto estava inchado, os olhos pequenos.

Anahi - Perdoname por no decir nada antes, yo no sabia como hacerlo... - falou com a voz entrecortada e fraca, olhando para o chão - Era muy joven cuando todo pasó - fungou e continuou - me quedé muy conmocionada, estaba alterada... - a toquei suave no rosto, mas ela ainda não me olhava diretamente, tinha seu olhar perdido no horizonte - De la nada supe que fue mamá por primera vez... - sua fala transmitia uma dor enorme - Que por dos meses cargue una vida... - uma lágrima voltava a escorrer por sua bochecha, a qual prontamente enxuguei, ela agora tocava seu ventre com carinho - Mi primer bebito o bebita Poncho... Nuestro...

A voz de Anahi estava chorosa novamente e mais lágrimas escorregavam por sua pele, as enxuguei e toquei seu queixo para que ela finalmente me encarasse, mas permaneci em silêncio, ela necessitava falar e eu estava ali para ouvi-la, apesar da dor lancinante que estava sentindo.

Anahi - Perdoname Poncho... - finalmente falou - Perdoname por no haberte llamado antes, por no haber sido capaz de cuidar de nuestro bebe y ...

Alfonso - ¡Hei! - coloquei minhas duas mãos ao redor de seu rosto - ¡Shhiii! ¡No fue tu culpa!

Anahi - ¡Sí fue! - disparou a falar quase sem tomar ar - Hasta hoy me duele el alma imaginar que él o ella podría estara aquí, yo tomava alcohol, fumaba, salia de fiesta... tomava mis hormonas... ¡No me cuidé! - disse com uma voz mais forte - Todo que una mamá no debe hacer yo hice Poncho... - voltou a enfraquecer a voz tapando os olhos com as mãos - Fui horrible...

Alfonso - Ani no sabias que estaba embarazada... - juntei as forças que ainda me restavam e reforcei as palavras - ¡No fue tu culpa! ¡Yo también no percebi! Estuvimos juntos mi amor... No habia cambiado nada en tu cuerpo, tomava tus anticonceptivos injetables ... No esperabas que te quedara embarazada... No tuvo mareos... No te culpes, por favor!

Anahi - El tamaño del dolor que llevo adentro por todo este tiempo, me maltrata muchissimo... - conseguiu falar depois de uma respiração profunda e prosseguiu - Mismo con mis dos principes nunca olvidé a este bebe que no nasció, que estuvo conmigo por dos meses... - sua voz ainda estava fraca, falava quase em um sussurro rouco

Alfonso - Estuvo con nosotros Ani... - falei ternamente a tocando no rosto lhe fazendo um carinho - Sabes que me gusta tu lunar en el vientre, y que siempre lo besé ... - ela me encarava - No sabia que ahí adentro - disse tocando seu ventre - Tenia un pedacito de nosotros dos... - falei com um sorriso triste nos lábios a fazendo corresponder com o mesmo - Que por dos meses, fue nuestro compañero de viajes, sintió el amor de sus padres, porque yo me acuerdo que estuvimos juntos todo el tiempo... fue nuestra reconciliación, nuestro período de paz, ¿ya pensaste en esto? - ela apertou os lábios com um olhar cúmplice - Ya pensaste que el tiempo que nuestro bebe estuvo con ahí adentro, mismo sin sabermos de su existencia, fue un tiempo de paz. Él o ella sintió el amor de nosotros Ani.

Anahi - Abrazame por favor...

E eu prontamente obedeci, nos dois finalmente conseguimos respirar completamente, a beijei nos cabelos, precisávamos um do outro, nos apoiar. O tempo agora não importava, ficamos ali abraçados por quase uma hora, no completo silêncio digerindo tudo que fora dito naquela sala.

ANAHI PORTILLA - 29 DE DEZEMBRO DE 2023

Era incrível como em uma fração de segundos todo aquele peso que trazia comigo por anos foi disipado. Não iria esquecer nunca o que passei, mas as palavras de Alfonso me fizeram enxergar tão facilmente as coisas de outra forma, com menos dor e cobrança. A lembrança do meu primeiro bebe sempre estaria na minha memória intacta, meu anjinho de luz que me acompanha em pensamento por onde quer que vá. Agora o seu papai também podia compartilhar essa sensação.

Anahi - Pensaba que iba a pelear por no haberte dicho antes... - tomei coragem e falei depois de ficarmos em pleno silêncio, minha voz já estava um pouco mais firme, não iria mais guardar pensamentos, sem palavras não ditas

Alfonso - ¿Pelear contigo? - perguntou com verdadeira surpresa me encarando - Mi amor ... - disse tomando meu queixo - no te voy a mentir que necesito tiempo para acalmar mi corazón, que se partió en mil pedazos con esta noticia, pero no tiene caso que yo peleé contigo, tu mas que a nadie has sofrido todo este tiempo sola... Ahora tiene mi apoyo incondicional. Hiciste un acto de amor siendo honesta conmigo y contigo misma, aceptando que aún no has sanado por completo, solta todas esas lagrimas que tienes tan guardadas, Ilora hasta liberar ese nudo en la garganta y hasta dejar tranquila el alma, deja de hacerte la independiente y la dura.

Anahi - Yo quiero empezar desde cero Poncho, sin secretos... Quiero estar cerca de ti, quiero que tengamos cuidado con todo, irnos despacio pero seguro de lo que estamos haciendo.

Alfonso que prestava bastante atenção no que eu falava se aproximou ainda mais unindo nossos lábios, um beijo suave e vagaroso que transmitia paz e acalento.

Alfonso - Eres perfecta! - disse com os lábios quase colados nos meus - Eres hermosa, eres todo lo que quiero para mi... - me beijou novamente e completou - Yo te amo Anahi.

Naquele dia nós acabamos comendo algo no apartamento mesmo, pedimos por delivery... Avisei a minha mãe que voltaria a noite. Nos demos tempo e calmaria para nos curtimos, conversamos, juntamos nossos pedaços e limpamos nossas feridas para que pudéssemos recomeçar.

¿REALES RECUERDOS? - AYA Donde viven las historias. Descúbrelo ahora