O monstro do meu passado

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Eu não sei mais o que fazer pra salvar a minha querida Jessy, mas acho que é hora de abrir o jogo com todos e, principalmente pro Phil. Ele merece saber a verdade.

- Está quieta minha pequena. Está pensando mesmo em se entregar? Não posso deixar você fazer isso.

- Mas não vejo outra alternativa, Phil. E ... Tem outra coisa me incomodando.

- Pode me falar fofa, eu estou aqui por você.

- Eu ... eh ... tenho um segredo que preciso muito te contar, mas não sei se a Jessy vai me perdoar ou você vai me querer depois de saberem disso.

- Me dá uma chance e eu decido se você merece ou não o perdão.

- Vamos pro seu quarto então, eu não quero que ninguém mais ouça o que eu vou falar. Pelo menos não por enquanto.

Phil vai até o Dan e o Jake e diz pra eles ficarem aqui na sala porque ele e eu temos que conversar.

- Não se matem até a gente voltar. - Phil fala, me pega pela mão e subimos pro quarto.

Dan vai pro barzinho pegar uma dose de whisky enquanto Jake fica fuçando no seu notebook pra decifrar os códigos que o delegado mandou.

Phil

O que deve estar atormentando minha pequena pra ela estar desse jeito? Não há nada nesse mundo que pode nos separar agora. Eu a amo mais que tudo, nunca senti algo assim por ninguém.

A gente entra e eu fecho a porta atrás de mim. Ela se senta na minha cama com a cabeça baixa e tenta falar.

- Pode falar agora fofa. - eu me sento ao lado dela.

- Não sei por onde começar, é muito complicado. Eu sofri muito no passado sabe. Minha mãe morreu quando eu tinha quinze anos e enquanto era viva estava sempre bêbada e trazia homens pra dentro de casa.

Ela começa a chorar e eu a abraço forte.

- Depois da morte dela eu fui parar num orfanato e era abusada pelo diretor.

- Eu sinto muito, não fazia ideia.

- Ninguém sabe dessa história. Mas eu achei que você deveria saber. - Eu a beijo pra acalmá-la.

Ela respira fundo e continua.

- Eu acabei engravidando dele.

- Espera, você tem um filho?

- Não ... - Jheni chora. - Eu tive um aborto espontâneo. - ela fala em meio aos soluços. - Como ele me abusava com frequência, acabou me machucando.

- Calma amor. - eu pego ela no meu colo. - E o que aconteceu com esse canalha?

- Depois de um ano morando naquele inferno, eu consegui fugir. Me escondia em becos e casas abandonadas. Estava quase morrendo de fome quando fui resgatada e levada pra um abrigo.

Ela dá uma pausa e se levanta.

- Se não fosse a senhora Willbor eu não estaria aqui pra te contar essa história. Ela me adotou e me deu um nome "Jhenifer Willbor".

Eu não fazia ideia do quanto a Jheni já sofreu, por que ela pensou que eu não iria mais querer ficar com ela? Nada pode abalar o que eu sinto por ela.

- O que mais me atormenta é que ... o homem que fez isso ... Era o pai da Jessy.

- É o quê!?

Eu sei que o pai da Jessy era um cafajeste, mas chegar a esse ponto era demais.

- Se ele não estivesse morto, eu mesmo o mataria. Eu nunca o perdoei por ter iludido a minha mãe e feito ela largar o meu pai.

- Então, ele morreu queimado não foi?

- Sim, mas como você sabe? A Jessy te contou?

- Não. É que ... - ela respira fundo e me conta. - Fui eu.

- Você o quê? - não estou acreditando no que ouço.

- Fui eu quem provocou o incêndio. Eu fiquei sabendo que ele estava abusando de mais duas meninas recém chegadas ao orfanato.

- Mas, como você fez isso?

- Eu entrei na calada da noite, ajudei as crianças que estavam lá a fugir e coloquei fogo naquele lugar. Eu matei uma pessoa , Phil.

- Não, você não matou uma pessoa. Você matou um mostro.

My Bad Boy Phil HawkinsOnde histórias criam vida. Descubra agora