Extra: Gravata pt.2

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Kankuro se sentiu mais tranquilo ao ver a garotinha de vestido vermelho correr em sua direção, Mirai pulou para seus braços como se por meros segundos tivesse esquecido que sua idade e o peso adquirido com o crescimento não lhe proporcionavam mais aquele tipo de interação sem um aviso prévio. O Sabaku quase caiu ao segura-la em seus braços e mesmo com a voz de Tsume reclamando ao fundo, o sorriso da menina o fez esquecer qualquer tipo de perigo ou chance de sujar sua roupa.

- Sua pintura está errada - ela comentou ainda em seus braços - falta esse lado.

- Hoje é diferente, você vai ver - Kankuro pontuou enquanto a colocava no chão - onde estão as alianças?

- Estão comigo - a matriarca falou fazendo a atenção da dupla se voltar para ela.

- Achei que estivesse levando sua missão ninja mais a sério.

O comentário a fez murchar por alguns segundos, o desejo de se tornar uma ninja - assim como seus pais - nunca foi uma ambição escondida de ninguém, porém agora que tinha mais idade e tudo se tornava cada vez mais perto de um sonho do que algo fantasiado por uma criança, Kurenai não demonstrava apoio. Ninguém a julgava, pelo contrário, pessoas como Tsume apoiavam que Mirai poderia encontrar algo um pouco mais "tranquilo" como profissão... no entanto, Kankuro não partilhava da opinião das mais velhas.

- E eu estou, mas se tivesse segurando elas, não conseguiria te abraçar.

O argumento fez o marionetista sorrir bobo, era justamente aquele temperamento doce e atrevido de Mirai que o fazia querer ter um filho, isso e seus sobrinhos, simplesmente odiava o quão manhosos podiam ser ou o fato de que eles apenas o reconheciam se estivesse usando suas tintas - um detalhe extremamente cômico, se não trágico -, onde Temari tentou colocar Shikadai em seus braços e o garoto ao vê-lo sem a pintura facial, passou a chorar compulsivamente por longos minutos por acreditar que sua mãe estava lhe dando para um estranho. Mas haviam alguns pequenos momentos, como quando Metal mexia as perninhas quase como se tivesse dando pequenos chutes, que o fazia esquecer completamente do problema de instantes atrás.

- Você está bonito, garoto - a voz familiar fez com que Kankuro arqueasse as sobrancelhas por instantes, imerso em surpresa.

Ao se virar, a presença de Gaku o fez gelar por alguns instantes, tanto que sentiu a mão curada de anos atrás doer, como uma espécie de dor fantasma, ouviu passos firmes juntamente com um rosnado de aviso, aparentemente ele não era o único incomodado com a presença.

- No meu tempo fui obrigado a usar o quimono cerimonial dos Inuzuka, que bom que não aconteceu o mesmo com você - Gaku continuou como se nada estivesse acontecendo - isso teria acabado com a sua personalidade, está muito melhor assim.

- Disse que queria falar com ele, certo? - Tsume disse e em questão de segundos estava na frente de seu genro, como uma verdadeira barreira - agora já pode ir.

- Eu ainda não...

- Ninguém se importa com as suas intenções - a matriarca praticamente cuspiu e a elevação na voz fez com que o marionetista ficasse preocupado, se continuasse daquele jeito, não demoraria muito para que uma briga se iniciasse.

- Tsume - Kankuro apoiou uma de suas mãos no ombro da sogra a fazendo desviar a atenção - eu resolvo isso, pode pedir pra Ino me anunciar? Não vou demorar muito.

A Inuzuka o encarou por instantes, querendo uma espécie de certeza na decisão e ao ver que seu genro não mudaria de opinião, acabou por se afastar e enquanto soltava palavras de ordem para que Akamaru parasse de rosnar, acabou por repassar ser serviço para Mirai, que apenas correu animada encarando como uma nova missão. Ao olhar por cima do ombro, Kankuro teve uma visão plena de Tsume encarando o ex-marido de braços cruzados - parecia uma verdadeira guarda-costas - e ao seu lado, a expressão de Akamaru era tudo, menos amigável.

Party |[ Kankukiba ]|Onde histórias criam vida. Descubra agora