Os braços de Kankuro sentiram um imenso alívio no momento em que as bolsas foram postas no chão, não sabia dizer se realmente era pelo fato do peso ter aumentado ou se precisaria começar a concordar com Kiba sobre o fato de que um de seus braços provavelmente estava desenvolvendo algum tipo de tendinite mais severa. A questão era que nem mesmo a dor e o cansaço conseguiram o impedir de ir o mais rápido possível da Areia até a Folha, já fazia 1 mês que não via seu esposo e filhos.
Suas mãos passaram a tatear a própria roupa, em busca das chaves ou do chaveiro em forma de "K" entalhado por Kitara - sua filha mais velha -, e enquanto procurava não conseguia deixar de pensar em um tipo de solução para o problema. Moravam na Folha desde o nascimento de Kitara, na época cria-la perto dos primos e do clã Inuzuka era a melhor decisão e dois anos depois, com o nascimento dos gêmeos ainda continuava sendo, mas Kankuro não era da Folha e constantemente precisava passar vários dias e até meses na Areia o que fazia com que acabasse por perder alguns momentos dos filhos.
Porém agora as coisas eram diferentes, seus filhos já eram um pouco mais velhos e Kankuro queria que eles tivessem contanto com sua Aldeia natal - que também pertencia a eles - queria que tivessem contato com a cultura, que vissem a diferença entre as Aldeias e que antes de se orgulharem de serem do clã Inuzuka, sentissem orgulho por serem da Areia. O barulho das chaves caindo no chão o fez soltar um pequeno palavrão, ao se abaixar sentiu certa dor nas costas, provavelmente pela péssima postura que ficava enquanto desenhava.
Conseguiu abrir a porta de forma silenciosa, tentando ao máximo não acordar o resto da casa, seu intuito era apenas trancar tudo e dormir agarrado a seu esposo, quem sabe conseguiria um pequeno beijo, que com certeza lhe deixaria revigorado. Abaixou para pegar suas bolsas e ao subir olhar deu de cara com uma figura que o encarava ainda sonolento.
- Caralho... - sibilou se arrependendo de falar palavrão na frente de um de seus filhos, mas não tinha conseguido conter o susto.
- Bem-vindo de volta - Kentaro sinalizou.
Koichi e Kentaro possuíam o gene Inuzuka, a principio Kankuro e Kiba apenas esperavam Koichi mas após algumas visitas ao médico descobriram uma pequena surpresa e mesmo depois de nascido, Kentaro continuava com surpresas. O diagnóstico de surdez fez com que ambos tivessem um novo desafio, não só isso mas o aguçamento dos outros sentidos se tornava um obstáculo complicado.
O clã Inuzuka possuía um olfato aguçado como consequência de seu justu e a condição de Kentaro apenas fez com que o nível de sensibilidade aumentasse, conseguia sentir cheiros a distâncias muito maiores do que Kiba e identificar muito mais notas de odor no ar do que qualquer um do clã. O problema estava em externalizar o que sentia, os membros da família e alguns mais próximos acabaram por aprender a linguagem dos sinais mas as outras pessoas não possuíam o mesmo interesse e Kentaro que sempre fora mais tímido se comparado com gêmeo, se tornava o estereótipo do clã Inuzuka... a reclusão e as habilidades que literalmente o faziam parecer um lobo do mato.
- Estou fedendo a suor e tinta - sinalizou de volta, logo em seguida se virando para trancar a porta da frente.
- É uma marca de tinta nova?
- Sim, achei essa um pouco mais barata que as que costumo usar.
- Então era isso - Kentaro sinalizou juntamente com uma careta, finalmente dando um "nome" para o novo tipo de cheiro que identificava.
Após o informe de Kentaro, Kankuro se aproximou fazendo um pequeno ritual que se iniciou desde que o filho era muito pequeno, as inúmeras informações de odor o deixavam nervoso e Kiba começou a testar alternativas que pudesse ajudar, fazendo com que o pequeno cumprimento nascesse. O marionetista rossou a ponta do nariz contra a testa alheia - quase como uma mãe que lambe o filhote afim de acolhe-lo - o intuito era fazer com que Kentaro focasse apenas no seu cheiro, um cheiro familiar que faria com que todos os outros estranhos fossem menos importantes de serem processados e mesmo que não fosse mais necessário, era assim que Kiba e Kankuro o cumprimentavam.
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Party |[ Kankukiba ]|
أدب الهواةQuando chegaram perto na frente da porta, uma espécie de paredão foi formado atrás de Kiba, se antes ele estava pensando em desistir, agora não teria mais volta. Ao bater a porta o Inuzuka jurou para si que se fosse atendido por algum casal, teria u...