Party |[ Kankukiba ]|

Extra: Gravata pt.1

* Um ano depois *

Shino nunca achou que se veria em uma posição como aquela, acabou cruzando os braços enquanto tentava conter uma gargalhada sincera que facilmente seria interpretada como insanidade, mas era extremamente difícil se manter normal quando Ino discutia com Kankuro sobre a quantidade de marionetes que ele queria dentro de local de preparação.

- Eu já disse que não vou deixar você entrar com as quatro! - a loira praticamente gritava para o marionetista que segurava os quatro pergaminhos junto ao corpo, quase como alguém que carrega uma criança - escolhe uma e pronto.

- Mas elas são marionetes de apoio! Eu preciso de todas.

- É pra isso que você tem os seus irmãos.

- Não é a mesma coisa!

- Kankuro se você continuar nisso, vai acabar se atrasando - Shino interveio tentando amenizar a situação.

- O Kiba nem chegou ainda.

- A Tsume vai vir com ele, sabe o quanto ela está animada... certeza que quer continuar nessa quando ela chegar?

Kankuro engoliu em seco, sua sogra não possuia desavenças consigo, pelo contrário a tratava como se fosse seu próprio filho, mas desde que anunciaram o casamento, a matriarca fez questão de transformar a pequena cerimônia em um verdadeiro evento. Acabou por não pensar muito, pegou o pergaminho de invocação da marionete Formiga e entregou as demais para Ino, juntamente com uma promessa que se os pergaminhos não fossem bem cuidados daria um jeito de puni-la.

O Aburame o ajudou a carregar suas coisas - mesmo o marionetista enfatizando que não precisava -, ao deixa-lo na porta do pequeno quarto, frisou que poderia ajuda-lo caso quisesse e enquanto esbanjava um sorriso educado, Kankuro negava com certo carisma, era óbvio que não iria querer a ajuda de Shino. Assim que a porta se fechou, o marionetista respirou fundo, abriu e fechou suas mãos algumas vezes, notando que estava tão nervoso que tremia, não é todos os dias que você está prestes a se casar.

Abriu a bolsa com certa rapidez, pegando um cigarro e pondo na boca, usando a mesma agilidade para acender um fósforo e começar a tragar, o gosto refrescante e o cheiro mentolado invadia seu corpo, Kankuro realmente havia parado mas em questões envolvendo extremo estresse e ansiedade, não conseguia mais recorrer a uma alternativa que não fosse aquela. A marionete Formiga fora invocada e posta sentada em uma cadeira, como se fosse uma pessoa normal e aos poucos Kankuro ia arrumando o próprio espaço.

- Eu acho um absurdo não poder trazer as outras, nada contra você mas sabemos que Karasu tem bom gosto - comentou com Formiga enquanto aquecia o ferro que usaria para engomar seu terno.

Houve um momento de silêncio e para quem estivesse vendo a cena de fora acharia que o marionetista estava tendo um verdadeiro surto psicotico, quando na verdade aquele era apenas o instante em que Formiga tinha para responder... no caso, nada.

- É mas eu escolhi você, então vamos lidar com isso juntos.

Kankuro tirou um mini cinzeiro da bolsa apenas para pudesse repousar o cigarro recém acesso, precisava das mãos livres para começar a passar a roupa. Gritos que pediam por agilidade eram ouvidos do lado de fora, a voz de Tsume era facilmente identificável e no mesmo instante, largou tudo apenas para apagar de vez o cigarro, temendo que a matriarca pudesse visita-lo a qualquer instante.

- Não me olha assim! - disse apontando de forma acusatória para a própria marionete enquanto voltava a sua atividade de antes - qualquer coisa é só dizer que é do Shikamaru, todo mundo sempre acredita.

...

Enquanto ouvia pela milésima vez a reclamação de Tsume por estar atrasado Kiba apenas conseguia encarar Hinata, se possível agradeceria pela presença da amiga de joelhos, que aos poucos tentava acalmar sua mãe e prometia que iria ajuda-lo a ficar pronto rapidamente, e se tinha alguém que entendia dos costumes tradicionais essa pessoa era Hinata. Apenas se permitiu soltar o ar quando sua mãe saiu do cômodo, começou a ter dor de cabeça no mesmo instante, como um lembrete da própria mente que escutava o tamanho falatório desde o momento em que saíram de casa.