o corvo - edgar allan poe

542 36 109
                                    

— Fica comigo essa noite

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

— Fica comigo essa noite. — Ele pediu.

— Não dá. O idiota do meu professor de história do jornalismo pediu uma pesquisa pra amanhã. Você acredita? Que otário.

Ele riu baixo.

— Eu vou ter que pensar melhor nesses prazos, né?

— Me assusta você não ter pensado melhor nos prazos por outros motivos. Professor de faculdade realmente suga a alma da gente.

Ele deu uma risadinha.

— A alma eu não sei. Vai, vem comigo. Enquanto eu planejar as aulas você cuida da pesquisa do idiota do seu professor. Eu to te devendo um jantar, lembra?

— Alexandre, eu não tenho roupas. Não tem nada meu na sua casa, e se eu aparecer na aula com as mesmas roupas de hoje vai ficar esquisito. Sem contar que não tem como eu chegar de manhã com você no mesmo carro.

— Pra tudo se dá um jeito. — Ele prometeu. — Diz que vem comigo, vai.

Ele olhava para ela com a carinha de pidão mais fofa que ela já tinha visto. Odiava o fato de querer ceder para ele.

— Pensa bem, porque você comprou esse tralha aí pra mim e eu nem sei usar. Se eu não conseguir planejar as coisas pra amanhã eu vou ser demitido, e a culpa é toda sua.

— Seria ótimo se você fosse demitido, na verdade. — Ela admitiu, reflexiva.

— Ah, é? Cada um por si agora? Mesmo? — Ele se ofendeu.

Giovanna ria.

— Eu gostaria de conseguir voltar a prestar atenção na matéria. — Ela confessou. — E de não me irritar quando você chama as alunas por apelidinhos íntimos. — Ela suspirou. — Sem contar que você não iria ficar com essa palhaçada toda do que é ou não é apropriado se nós simplesmente não tivéssemos uma relação acadêmica. — Concluiu.

Alexandre ficou pensativo.
É, foi muita coisa para um dia só.
Ele ajeitou a postura no banco do carro, olhando para a frente. Seu primeiro pensamento foi oferecer para ela que parassem com tudo aquilo, enquanto ainda havia tempo.
O único problema era que ele não queria isso.

Mas, para o bem dela, começou a oferecer.

— Olha, eu.. Não queria te atrapalhar. Se você achar melhor que.. A gente não.. Eu vou entender. E eu paro de ir atrás de você, dou minha palavra.

— É, seria melhor mesmo. — Giovanna concordou. — Mais fácil.

Ele assentiu. Olhou para o lado esquerdo, respirando fundo. Frustrado. Chateado. Mas entendeu. Quem tinha começado aquilo tudo era ele, e ele não podia pedir que ela lidasse com tudo isso. Era realmente uma situação delicada.

Então, por que ele não sentia a menor vontade de desistir?

— Acho que prefiro fazer do jeito mais difícil. — Ela confessou. — Você gosta de comida japonesa? — Ela colocou o cinto de segurança, voltando a tagarelar. — É minha comida favorita da história do mundo. A gente podia passar no meu apartamento, eu pego uma troca de roupas, e vamos pra sua casa. Ah, a Eli tá lá, né?

the tortured poets departamentOnde histórias criam vida. Descubra agora