[fake story] No meio do caminho, tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho.
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas
Nunca me esquecerei que no mei...
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Giovanna correu na terça-feira para chegar antes de todo mundo. Detestava ter que se sentar no fundão, mas por não saber como as coisas funcionavam, não teve outro jeito. Assim que ela entrou na sala, observou todo o perímetro.
Não podia se sentar muito próximo a mesa do professor, mas também não queria sentar longe. Detestava usar óculos, mas precisava deles. A miopia aumentava cada vez mais, principalmente quando olhava para o projetor.
Achou um intermédio entre a parte da frente e o meio, e gostou dali. Seria seu lugar para todo o sempre. Giovanna gostava das coisas decididas assim.
Gostava de sempre se sentar no mesmo lugar, e quando experimentava alguma coisa, queria sempre do mesmo sabor. Como o frappuccino de caramelo que ela comprava na mesma cafeteria todos os dias, sem trocar, até que enjoasse. Do contrário, era muito fiel a suas decisões.
Assim que deixou suas coisas em cima da mesa, suspirou aliviada.
— Encontrou um lugar melhor do que o fundo, Antonelli? — Uma voz a despertou de seus devaneios.
Giovanna se virou para a porta, levemente assustada.
— Assim o senhor me assusta. — Ela colocou a mão no coração, respirando fundo.
Nero soltou um arzinho pelo nariz, dando uma risadinha breve. Não conseguia evitar, o jeito dela era encantador.
— Já ta se assustando as 6 da manhã, jovem? — Ele provocou, indo até sua própria mesa e começando o ritual de organizar suas coisas.
— Eu.. — Ela olhou ao redor. — Não costumo sentar no fundo. É que eu não conheço a cidade e cheguei meio tarde ontem. Todos os assentos estavam tomados. — Ela explicou.
— É, você não parece fazer o tipo que se senta la com o André e a Pamela. — Alexandre comentou casualmente.
— O que isso quer dizer? — Giovanna franziu o cenho tentando entender a natureza do comentário.
— Você parece.. Uma garota bem inteligente e dedicada. — Ele explicou os pensamentos, sem olhar para ela, enquanto ligava o computador na fonte, e depois na tomada. — Estou errado?
Ele finalmente levantou o olhar para ela.
Giovanna desviou o olhar para o estojo. Todo olhar dele era quase impossível de sustentar. Ela não era tão tímida assim, mas o olhar de Alexandre era algo que fazia com que ela quisesse olhar pro teto enquanto falava. Abaixou a cabeça, e negou com a mesma.
Não, ele não estava errado.
Mas ela estava mais incomodada por ser chamada de garota do que com o fato dele ter lido a personalidade dela por completo em apenas uma aula.
Por que isso a incomodava tanto? Ela era de fato muito jovem. Sabia que teria que trabalhar duro para que esse não fosse um fator determinante, para que as pessoas a levassem a sério. Mas ter Alexandre Nero a categorizando desse jeito era quase uma facada nas costas. Logo ele, a quem ela tanto admirava.