Eram nove da noite quando ela pegou no sono, agarrada no travesseiro dele. Alexandre deixou e saiu do quarto para fazer as ligações que precisava fazer.
Se ele não quisesse sofrer ameaças ele tinha que ser a pessoa a assumir o que estava acontecendo. Ligou para seus superiores e informou, tendo em mente que a decisão que viesse seria a melhor.
Aquilo poderia terminar em demissão, num sabático, ou em nada. Ele não saberia.
Ouviu de seu chefe que ele não acreditava no que estava ouvindo porque Alexandre não era qualquer professor, ele era O professor. Óbvio, o amigo de longa data fez comentários ácidos. "Tudo isso por uma novinha, Nero?"
Ele levou na esportiva e tentou explicar. Giovanna não era qualquer pessoa, e aquilo não era uma situação casual qualquer.
Paulo pediu tempo para que decidissem o que fazer, e que logo retornaria. Alexandre aceitou de bom grado. O show teria que continuar, e segunda-feira ele trabalharia normalmente, esperando um veredito.
Ele aproveitou que não estava com sono, e aproveitou para fazer ligações para a delegacia, tentando se informar. Giovanna tinha explicado nos mínimos detalhes como tinha chego às conclusões dela, mas ela infelizmente não tinha provas. Então, ele queria saber exatamente o que eles tinham que fazer pra ter provas mais que suficientes e pôr um ponto final ali.
O delegado informou Alexandre que poderiam abrir uma investigação, feita a denúncia. Ele só precisava convencer Giovanna a fazer isso.
Ao menos tinham o final de semana para conversar e ir os pingos nos i's. Com sorte, ele a convenceria, e tudo ficaria bem.
— Obrigado, eu agradeço muito o suporte e as respostas. — Ele a viu descendo as escadas com o pijama de alcinha, coçando os olhos preguiçosamente, bocejando. — Vou conversar com a Giovanna e qualquer coisa nós vamos até aí conversar. Boa noite.
Não tinha conseguido dormir, só tirou um cochilo. Obviamente sua mente estava a milhão.
— Não conseguiu descansar, meu amor? — Ele olhou para ela mudando o tom de voz.
Na ligação, estava sério e preocupado. Resolvia problemas com um tom de quem não se importava com nada, só queria achar uma solução. Mas, ao se direcionar para ela, a voz amolecia e o carinho notava-se pela entonação ainda mais do que pela escolha de palavras.
— To preocupada com você. — Ela murmurou, subindo no colo dele, se enfiando ali e deitando no peitoral dele.
Alexandre achava extremamente fofo quando ela vinha buscando por colo assim. Ele gostava de ser o alicerce dela.
— Comigo? — Ele riu baixo, beijando a cabeça dela.
— Uhum. — Giovanna concordou, fechando os olhos, se deixando relaxar pelo ambiente.
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the tortured poets departament
RomanceNo meio do caminho, tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho. tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra Nunca me esquecerei desse acontecimento na vida de minhas retinas tão fatigadas Nunca me esquecerei que no meio do caminho...