— Ah, eu tinha recebido uma mensagem e não vi. — Ela pegou o celular fingindo ter recebido algo. — Ele não vem mais, o carro dele deu problema.
— Nossa, coitado. — Alexandre esticou a mão na direção dela. — Deixa eu ver a mensagem, quem sabe eu possa ajudar.
Giovanna semicerrou os olhos para ele.
Alexandre sabia que ela estava mentindo.
Filho da puta.— Ele não mandou nada. — Nero concluiu.
Ela respirou fundo, jogando o celular no sofá, irritada.
— Tá pronta pra me contar o que tá acontecendo agora?
Giovanna se jogou na poltrona da sala, fechando os olhos ao encostar a cabeça pra trás. Sentia seu coração acelerado, e a cada minuto que Alexandre permanecia ali, mais ela se preocupava.
— Eu não te amo e eu não quero nada com você, é tão difícil assim de entender? — Ela o encarou, já com raiva.
— Sim, é impossível de entender. — Ele admitiu. — Você sustenta essa sua rejeição por pouquíssimo tempo e diz o completo oposto depois, então fica realmente difícil acreditar.
Ela balançou a cabeça negativamente.
— O que você não tá entendendo? Eu te explico.
Ela ficava de olho no relógio. Muito tempo havia se passado, e as coisas ficavam cada vez mais difíceis.
— Faz aí uma lista dos meus defeitos como seu namorado, eu quero ver. — Ele tinha um tom leve e brincalhão. Tinha começado a ignorar absolutamente tudo que ela dizia quando sacou o que estava acontecendo. Ela piscava muito quando estava mentindo, quase como se seu corpo rejeitasse a mentira. Era uma péssima atriz, e tinha sido pega. Finalmente.
— Você é velho. — Giovanna apelava para suas últimas armas.
— Você adora isso sobre mim. — Ele rebateu, dando um sorriso. — Boa tentativa. O que mais?
— Você não aguenta meu ritmo na cama. — Ela tentava de tudo.
— Você tem muita energia mesmo. — Ele admitiu. — Uma atrás da outra, às vezes é difícil acompanhar. Mas você só sabe começar, né Giovanna? Convenhamos. Depois de quinze minutos quem não aguenta mais é você. Você só se recupera rápido porque é insaciável.
Ela sentiu vontade de rir e não conseguiu conter. Passou as mãos pelo rosto, exausta .
— Você quem arranjou meu emprego quando eu queria na verdade ter conseguido ele por mérito não porque meu professor me recomendou. — Ela tentou emplacar essa, com esperança.
— Bom, ninguém sabe que você é minha namorada. Eu só recomendei uma aluna. Como qualquer outra. Aliás, como você sabe disso?
— O Zé não consegue ficar quieto. — Ela revirou os olhos. — Eu soube no primeiro dia.
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the tortured poets departament
RomanceNo meio do caminho, tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho. tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra Nunca me esquecerei desse acontecimento na vida de minhas retinas tão fatigadas Nunca me esquecerei que no meio do caminho...