Alexandre e Rodrigo estavam sentados. Alexandre estava com as mãos no encosto do banco contínuo que ficava colado a parede da boate.
— Eu entendo, a mudança é grande. E também não é nada confortável. Eu não imagino como seja.. Não faço ideia. O que você passou não foi brincadeira, cara. Eu vi com meus próprios olhos.
— É muita informação, cara. — Rodrigo admitiu.
Alexandre concordou.
Eles olharam ao redor e viram as duas no bar, virando shots de tequila como se fossem água. Os olhos de Alexandre brilhavam olhando Giovanna se divertir, gargalhando com a amiga, fazendo careta ao sentir o azedo do limão em seus lábios.
— Você tá completamente apaixonado nela. — Rodrigo riu baixo, observando.
Alexandre assentiu, descendo o olhar pro copo de whisky. O rodou, de modo que o gelo mudasse de lado. e tomou um gole.
— Pior que tô mesmo.
— Como isso aconteceu? — Rodrigo perguntou sinceramente. — Não me lembro de conversar com você sobre coisas que não fossem pesquisas e alunos em todos esses anos.
Alexandre balançou a cabeça negativamente, nem sabendo por onde começar.
— Ela aconteceu. Ela chegou, um furacão. Sei lá, um.. — Precisava mostrar o tamanho disso. Era maior que um furacão. — Ela chegou como um terremoto um.. — Mais? — Ela é um oceano. Inteiro. Eu amo muito. — Ele deu de ombros, faltando com as palavras.
— E o pessoal da universidade?
— Nada. Aparentemente eu sou valioso demais. — Alexandre gargalhou e Rodrigo foi junto. — Eu e a Gio tivemos umas complicações maiores então era melhor que eles soubessem antes, pra não dar merda.
— Complicações maiores?
— Te conto outro dia. Hoje é pra gente se divertir, deixa a desgraça pra outra hora.
Alexandre sempre ficava inquieto quando se lembrava desse assunto. As coisas pareciam calmas e tranquilas demais para ser verdade.
— Começou só com sexo?
— Eu sei lá como começou, Rodrigo. — Alexandre riu. — Eu nunca senti isso antes, cara. Chega a ser ridículo. Num dia tava tudo normal, aí a gente transou, depois no outro eu tava enfiado nela até o pescoço. E agora eu não sei mais ficar sem ela. Parece um feitiço, uma coisa.
Alexandre voltou a olhar para ela a distância enquanto os dois gargalhavam.
— E fala sério, tem como não se apaixonar? Olha pra aquilo. Tão linda, tão cheia de vida. Ela sorri até pra parede o tempo todo. É educada, inteligente. Só falta pedir desculpa pro móvel da sala quando bate o dedinho nele. Eu nunca tive essa sensação antes, sempre achei mais confortável ficar sozinho, sem ninguém pra me encher o saco.
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the tortured poets departament
RomanceNo meio do caminho, tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho. tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra Nunca me esquecerei desse acontecimento na vida de minhas retinas tão fatigadas Nunca me esquecerei que no meio do caminho...