versos íntimos - augusto dos anjos

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Ela bateu na porta da sala dos professores, tensa

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Ela bateu na porta da sala dos professores, tensa.

Ainda não tinha entendido a alteração de humor de Alexandre, mas achava que não estava no direito sequer de perguntar. Se ele agia como se nada tivesse acontecido, então, talvez, de fato.. Nada tivesse acontecido.

Professores de universidade são, em sua grande maioria, esnobes. Grossos. E ela ainda não conhecia Alexandre Nero. Vai ver, a fase amigável era apenas um delírio, e ele ainda estaria por se mostrar por inteiro, quem ele verdadeiramente era.

Ela pediu a Cássia que chamasse Alexandre, ao que a senhora replicou dizendo que ele já estava pegando seus pertences e indo embora, pedindo para ela esperar um minutinho.

"Indo embora? Ele não ia falar comigo?"
Ela se fez confusa por um segundo.

Antes que pudesse inventar respostas que talvez fizessem sentido, ele apareceu.

— Você tem compromisso pro almoço? — Ele perguntou, objetivamente.

Giovanna pensou ter ouvido errado. Ficou olhando para ele com toda a curiosidade do mundo. Não tendo entendido absolutamente nada, ela apenas balançou a cabeça negativamente.

— Ótimo. — Ele fez um gesto com a cabeça, indicando a porta do estacionamento. — Vem comigo.

Ela o seguiu até o estacionamento, e observou enquanto o professor destravava o carro. Ele realmente foi até a porta do carona, e abriu a porta para ela.

— Você não vem? — Ele convidou, fazendo um gesto com a cabeça na direção do carro.

Alexandre Nero a estava convidando para entrar em seu carro. De repente. No horário de almoço.

Ela pressionou os livros contra o peitoral, nervosa. Abraçou-os, e entrou no carro. Ele esperou até que Giovanna entrasse, e uma vez que as pernas dela estavam totalmente dentro do veículo ele bateu a porta. Deu a volta no carro, deixando seus pertences no banco de trás. Entrou no banco do motorista, e ligou o carro depois de colocar o cinto.

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