Ele ligou para ela assim que saiu do trabalho.
— Já tá na minha casa? — Perguntou, impaciente.
Giovanna suspirou.
— Não. Saiu a decisão, eu preciso mesmo arranjar outro lugar pra ficar, então eu vou ficar por aqui e pesquisar alguns lugares e.. Alugar logo antes que eu seja despejada.
Ele olhou o relógio para ver que horas eram.
— Pede pro porteiro ir levando as caixas pra recepção. — Ele sugeriu.
— Pra que?
— Eu chego aí em uns 25, 27 minutos. Vai poupar minha coluna se alguém ajudar a carregar suas coisas, não que sejam muitas. Tenho preguiça só de pensar em subir e descer o elevador várias vezes pegando caixa, pra ser sincero. — Ele admitiu.
— E eu faço o que com as caixas na recepção, posso saber?
— Você vai pra minha casa. — Disse o professor, como se fosse óbvio.
O silêncio dela do outro lado do telefone era assustador.
— Não to te pedindo em casamento, fica tranquila. Você já fica a maior parte do tempo comigo toda semana mesmo, que diferença faz? Procura outro apartamento comigo. É a solução perfeita. Você não precisa do apartamento do seu pai. Deixa essa mulher pra lá. Ela quer te atingir e tá conseguindo. Você simplesmente não precisa disso, você tem a mim.
Ele já estava dirigindo a caminho do apartamento dela.
— Alexandre.. Eu não sei não..
— 23 minutos. Eu to chegando já já.
— Você é maluco.
— Que dia você vai aceitar ajuda? Sério, isso tá ficando repetitivo, Antonelli.
Ela suspirou.
— Tá bem. Vou conversar com o porteiro. — Ela cedeu.
Nero sorriu vitorioso.
— Te vejo em vinte minutos, Antonelli.
Ele apertou o botão de desligar a ligação e acelerou.
Giovanna esperou por ele e quando Alexandre estacionou, acenou para o porteiro bem brevemente, olhando por todos os cantos buscando ela que estava sentada num sofá na ponta. Quando ela se levantou, ele a viu.
Ele não a cumprimentaria ali na recepção na frente de todo mundo, não é mesmo? Ela não precisava nem se iludir com..
— Oi. — Ele se aproximou dela, a pegando pelo rosto. — Tudo bem? Você tá bem?
Giovanna se surpreendeu com o toque mais carinhoso. Se segurou no braço dele, assentindo.
— Não entendo como essa mulher pode me odiar tanto e se dedicar tanto pra fazer da minha vida um inferno.. Mas tudo bem. Estou acostumada.
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the tortured poets departament
RomanceNo meio do caminho, tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho. tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra Nunca me esquecerei desse acontecimento na vida de minhas retinas tão fatigadas Nunca me esquecerei que no meio do caminho...