VELUDO MARROM - liniker

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Você é minha desde que te vi pela primeira vez

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Você é minha desde que te vi pela primeira vez.
Na sala de aula, meu habitat natural. Meu lugar, minha casa. No meu lugar, nas minhas certezas, na minha solidão.. Apareceu você.

Numa linda segunda-feira, você estava no meio de um mar de gente, pronta pra mudar minha vida, e eu nem desconfiava. Eu não fazia ideia.

O dia começou como todos os outros. O céu de Curitiba nublado, eu cansado, como se o final de semana não tivesse sido suficiente para descansar. Muito trabalho, muita pesquisa, muito tudo. Pouco descanso. Muito vazio. Eu me entupi de café, dirigi preguiçosamente pra universidade. Eu quase bati o carro naquela manhã, xinguei quando o motorista quase enfiou o carro dele no meu.

Eu tinha esquecido as minhas coisas no meu armário, na sala dos professores. Eu tinha descido e subido aquele lance de escada mil vezes, quando meu computador travou pela também milésima vez.

Naquele mesmo dia horrível, onde tudo estava dando errado, você apareceu. Com a sua inteligência e sorriso inconfundível.. Respondendo tudo, completando tudo. Como num monólogo, eu sempre falei sozinho. Como na minha vida, sempre sozinho. Até você chegar. Aquela primeira aula, a primeira vez que alguém conseguiu me responder e completar minhas falas, era uma metáfora pro que você ia fazer na minha vida. Me completar, Giovanna.

Eu já te disse isso antes, já te disse um milhão de vezes. Minha família sabe bem, meus poucos amigos também. Ninguém tinha acesso a mim, eu era fechado, eu sequer pensava nisso.. No amor. Era quase como se minha vida já estivesse traçada, e eu já tivesse colhido todos os frutos possíveis, quando naquela segunda-feira você apareceu me mostrando que não.

Você apareceu, Giovanna.

Como quem não quer nada, com metade da minha idade, você simplesmente apareceu. E eu adoraria, adoraria mesmo, saber te explicar o que foi que eu senti.

Eu olhei nos seus olhos, e eu me senti em casa.
Eu ouvi a sua voz e isso me trouxe um conforto.
Você, por inteira, me deu vontade de mudar tudo.

O cara fechado, solitário, que já tinha feito tudo que queria na vida.. Morreu aos poucos. Eu já tinha alcançado o topo da montanha quando eu me vi no subsolo mais uma vez. E de repente, a montanha que eu queria subir era outra, outra completamente diferente.

E a caminhada solitária já não fazia sentido. Pra ser sincero, nada mais fazia sentido. Nada fazia sentido se eu não tivesse você. Se no final da noite eu não voltasse pra você. Se sua risada não preenchesse os cômodos vazios da minha casa.

Não existe nada que eu não faria por você.

Não existe nada que substitua a sensação de voltar pra casa depois de um longo dia de trabalho, voltar pra você.

the tortured poets departamentOnde histórias criam vida. Descubra agora